Por Nilo Tardin
Colatina em Ação – 25 de maio de 2022
Quando ninguém acreditava que a música sertaneja chegaria à universidade a ao topo das paradas, ele criou uma gravadora em Colatina que ao longo de 30 anos lançou cerca de 60 duplas e trios caipiras, algumas de sucesso no Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia e Goiás.
Na era em que o toca-discos reinava absoluto no centro de cada casa, o selo fonográfico Fuscão Preto criado na década de 70 pelo empresário Jocarly Passos, 84 anos jogou no mercado milhares de cópias de discos de vinil de artistas populares que sonhavam com fama e riqueza.
Amante da música sertaneja desde criança, Jocarly formou com o irmão Darly Passos já falecido desde os 25 anos a dupla Nininho & Juquinha que na juventude promoviam shows no interior e arredores de Colatina. O Selo Fuscão Preto era um mini-gravadora que levava os artistas capixabas, mineiros e goianos para gravar nos estúdios das gigantes fonográficas Copacabana, RCA e Continental.
Balcão das lojas de discos
A distribuição e vendas eram feitas de maneira artesanal, de mão e mão e colocados pelo próprio autor nos balcão das lojas de disco. Entre os sertanejos de sucesso estão o próprio Nininho e Juquinha com disco Herança dos Dois Irmãos; Derildo e Delourdes de Guaraná em Aracruz e campeões de vendas da Fuscão Preto, Andrei e Andrade talentos que estouraram em Goiás e Norte de Minas, Os Batuqueiros, Palmeirinha, Goiano e Goiás e Zé Matão e Matãozinho, entre outros.
“Naquela época o palco era a lona do circo e pátios de fazendas no interior. Os shows viravam bailes e varavam a madrugada. A Fuscão Preto foi um sonho de ver as minhas musicas gravadas e revelar talentos ocultos pela discriminação que os cantores e violeiros sofriam da sociedade”, disse Jocarly.
Ele ainda guarda empilhados milhares de LP’s encalhados dos autores que não vieram buscar as peças. “Eram prensadas mil cópias de cada tiragem. Se vendia tudo reproduzia novamente em quatro ou oito canais. Ainda guardo as fitas e microfones o qual fazíamos os testes antes de entrar no estúdio”, relembrou Jocarly.
Era digital
Além de produtor Jocarly era empresário e amigo de grandes nomes da música sertaneja brasileira como Tonico e Tinoco, Jararaca e Ranchinho, Milionário e Zé Rico, Jacó e Jacozinho,Zilo e Zalo, Gino em Geno e Sérgio Réis que lhe deu de presente um berrante durante um show na Festa de Colatina nos anos 80.
O fim da fabricação dos tocas disco e do disco de vinil com a redução drástica das vendas e o CD e era digital pôs fim ao selo independente Fuscão Preto por volta de 1996, conta Jocarly. “Fiquei fora do ar”, arrematou.
Fonte: Nilo Tardin
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