É importante ficar atento a alterações sensoriais ou no aspecto das estruturas bucais, pois os sintomas da doença, como lesões internas, podem ser percebidos no cotidiano.
O câncer da boca é um tumor maligno que afeta lábios, estruturas da boca, como gengivas, bochechas, céu da boca, língua (principalmente as bordas) e a região embaixo da língua. É mais comum em homens acima dos 40 anos, sendo o quarto tumor mais frequente no sexo masculino na região Sudeste, segundo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). A maioria dos casos é diagnosticada em estágios avançados.
O cirurgião de cabeça e pescoço Marco Homero de Sá explica que o grande vilão da doença é o consumo de tabaco em todas as suas formas. “Além do tabagismo, a ingestão frequente de bebidas alcoólicas, exposição à radiação ultravioleta sem proteção e contágio por papilomavírus humano (HPV) também pesam bastante.”
Estruturas Bucais
O especialista reforça a importância do autoexame da boca. “O paciente deve olhar e apalpar as regiões da boca em frente ao espelho e em um lugar com boa iluminação. Para facilitar a memorização das estruturas da boca a serem examinadas no autoexame bucal, foi criada a sigla: BLLAP (Bochecha, Lábios, Língua, Assoalho bucal e Palato).”
É importante ficar atento a alterações sensoriais ou no aspecto das estruturas bucais, pois os sintomas da doença, como lesões internas, podem ser percebidos no cotidiano.
“São sinais de alerta as lesões na cavidade oral, ou nos lábios, que não cicatrizam ao longo de duas semanas, assim como manchas avermelhadas ou esbranquiçadas na língua, gengivas ou céu da boca. Dificuldades ou dores na mastigação e no ato de engolir, sensação de que há algo atravessado na garganta e crescimento de ínguas no pescoço também são sintomas do câncer de boca”, enumera a oncologista clínica, da Oncoclínicas ES, Juliana Alvarenga Rocha.
Terapia alvo
Perceber essas alterações é essencial, pois, quando diagnosticado logo no início, as chances de a doença causar sequelas são menores. A descoberta tardia de um tumor maligno na boca pode comprometer a fala, a mastigação, a deglutição e a estética da face.
A médica oncologista Virgínia Altoé Sessa, da Oncoclínicas ES, explicou que o tratamento dessa neoplasia é principalmente cirúrgico, mas muitas vezes pode envolver radioterapia e até quimioterapia. Em casos de doenças mais avançadas, a imunoterapia e a terapia alvo, que tratam as células com uma alteração específica, são também opções utilizadas.
“A terapia a ser aplicada vai depender de cada caso, levando em conta o tamanho do tumor e se ele já se espalhou para outros órgãos do corpo. Por isso, o diagnóstico precoce é muito importante, pois aumenta as chances de o tratamento ser bem-sucedido”.
A importância do dentista
O cirurgião-dentista exerce um papel primordial na prevenção do câncer de boca. A consulta periódica com um dentista, ao menos duas vezes ao ano, é essencial. É durante esse atendimento que o profissional pode realizar uma inspeção mais criteriosa da boca.
Além disso, uma higiene oral adequada reduz o risco de câncer bucal, destaca a odontologista oncológica Beatriz Coutens. “A higiene bucal incorreta aumenta as chances de desenvolvimento de câncer de boca e já temos estudos que mostram isso. Portanto, é muito importante adotar, desde a infância, hábitos de higiene oral, como escovação adequada, uso do fio dental e ir regularmente ao dentista. Algumas lesões cancerígenas na boca podem, inclusive, ser detectadas precocemente durante uma consulta ao dentista”, afirmou a profissional.
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