O Tribunal do Júri de Ecoporanga, Norte do ES, condenou, nesta quinta-feira (10), João Luiz Rizzol a 32 anos de prisão pelo sequestro e homicídio qualificado de Wesley dos Santos Maciel, de 15 anos. O crime, ocorrido em dezembro de 2022, teve como motivação a rejeição de Rizzol ao relacionamento da vítima com sua filha, também menor de idade.
Wesley desapareceu no dia 5 de dezembro de 2022, após sair de casa no bairro Vicente Soella, em Colatina. Seu corpo em decomposição foi encontrado seis dias depois, em 11 de dezembro, na zona rural de Ecoporanga – cidade distante cerca de 183 km de Colatina. A confirmação da identidade veio através de exame de DNA em 27 de fevereiro de 2023.
Motivação Passional e Planejamento:
Segundo as investigações do Ministério Público do Espírito Santo (MPES) e detalhadas na decisão de pronúncia, João Luiz Rizzol não aceitava o namoro entre Wesley e sua filha. A investigação apontou que os pais da adolescente chegaram a transferi-la de escola e confiscar seu celular para impedir o contato. No entanto, a linha do aparelho continuou ativa sob posse de Rizzol.
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A Trama:
A decisão judicial revela que Rizzol teria entregue o celular da filha a Marco Pereira Soares – apontado como executor do crime – para que este se passasse pela adolescente e atraísse Wesley para uma emboscada. Imagens de segurança mostram o adolescente passando próximo à casa de Rizzol no dia do desaparecimento, momento após o qual ele teria sido atraído para dentro da residência no bairro Córrego do Ouro.
Soares teria sequestrado Wesley em Colatina e o levado até Ecoporanga, onde o assassinato foi consumado. Dados de telefonia foram cruciais para desmontar a versão de Soares (que alegou ter ido para Vitória) e comprovar seu deslocamento em direção ao local onde o corpo foi encontrado. As ligações feitas por Soares para Rizzol durante o trajeto também foram citadas como prova.
Crimes e Outro Réu:
João Luiz Rizzol foi condenado pelos crimes de homicídio duplamente qualificado (por motivo fútil e mediante emboscada) e ocultação de cadáver. Marco Pereira Soares, o executor, também é réu pelo mesmo processo, mas seu julgamento pelo Júri ainda não tem data marcada devido a um recurso pendente.
Competência de Ecoporanga:
O julgamento ocorreu em Ecoporanga porque, embora o planejamento e o sequestro tenham ocorrido em Colatina, o homicídio foi consumado em território ecoporanguense. O juiz Ronaldo Domingues de Almeida destacou na decisão de pronúncia que a vítima foi “arrebatada em Colatina e trazida para ser assassinada aqui“.
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