José Hilton Bonfim da Conceição, de 42 anos, foi preso na manhã desta quinta-feira (21) na localidade de Camamu, no sul da Bahia, acusado de assassinar o próprio filho, um adolescente autista de 15 anos, na zona rural de Jaguaré, no norte do Espírito Santo. A madrasta da vítima, Luciene da Silva Santos, também suspeita de envolvimento no crime, segue foragida.
O crime ocorreu em 2023 e, à época, foi inicialmente tratado como suicídio. O adolescente foi encontrado morto na cama com um cipó amarrado ao pescoço. Contudo, exames periciais revelaram sinais de estrangulamento e a quebra de uma vértebra, características que descartaram a hipótese inicial e apontaram para homicídio.
De acordo com o delegado Rodrigo Alves Damasceno, responsável pelo caso, a vítima era tratada com frieza pelo pai e pela madrasta, vivia isolada em um alojamento distante da casa principal e não recebia o cuidado necessário. “O pai alegou suicídio, mas a investigação provou que foi estrangulamento. A força empregada foi tamanha que houve fratura de uma das vértebras“, destacou o delegado.
Mudança estratégica após o crime
José Hilton e Luciene moravam há 10 anos na fazenda onde o crime aconteceu e deixaram o local cerca de dois meses após a morte do adolescente, alegando o fim da colheita de café. Segundo a investigação, o casal instruiu o responsável pelo transporte de mudança a dizer que o destino seria Sooretama, no Espírito Santo, quando, na realidade, foram para a Bahia.
A prisão preventiva foi decretada recentemente, e o setor de inteligência da Polícia Civil localizou o acusado em Camamu. Durante a prisão, ele afirmou que a autoria do crime seria da madrasta, com quem tem outros dois filhos.
Exames indicam uso de medicamento inapropriado
Os laudos periciais indicaram que a vítima, que necessitava de medicamentos de uso contínuo, foi sedada com remédios diferentes, que induzem ao sono. O adolescente, conforme relato do pai, foi abandonado pela mãe biológica ainda recém-nascido e cresceu sob os cuidados de José Hilton e Luciene, mas sem receber atenção ou afeto.
O caso segue em investigação, com buscas intensificadas para localizar a madrasta da vítima. O crime chocou a comunidade de Jaguaré e levanta questões sobre negligência e violência contra pessoas com deficiência.
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