Autoestima, reconstrução após mastectomia devido a câncer de mama, busca pelo equilíbrio estético e mudanças no corpo causadas pelo passar dos anos são algumas das causas que levam mulheres a colocar implantes mamários/prótese mamárias. No entanto, como qualquer procedimento cirúrgico, a inserção de implantes mamários pode estar associada a algumas complicações e, por isso, é preciso prestar muita atenção aos sinais.
O cirurgião plástico Dr. Fernando Amato conta que a contratura capsular está entre as complicações mais comuns. Caracterizada por uma cicatrização esférica, com contração da cápsula que envolve a prótese mamária. Como consequência, a mama fica mais endurecida, muda seu formato, deformando a mama, e até causa dor nos casos mais graves.
“Os sintomas da contratura capsular podem incluir dor, alteração no formato, sensação de rigidez e alteração da sensibilidade das mamas. Alguns fatores como o tempo de uso do implante e a qualidade do material utilizado podem estar relacionados à contratura capsular. Outros aspectos mais graves são a presença de infecção, complicações pós-operatórias como hematomas, seromas, trauma cirúrgico intenso (mastectomia), ruptura do implante e até mesmo a radioterapia nos casos de reconstrução mamária pós câncer de mama”, explica o especialista.
O tratamento para a contratura capsular pode incluir medicamentos para aliviar a dor, fisioterapia para ajudar a alongar o tecido cicatricial, mas, em geral, a conduta final é cirúrgica, removendo o tecido cicatricial, podendo ser feito apenas o explante ou realizado a substituição da prótese mamária.
Ruptura da Prótese – Alteração no formato, perda da consistência, assimetria mamária e dor podem ser alguns dos sinais que apontam para a ruptura da prótese de silicone. Porém, muitas vezes, a paciente não apresenta sintomas ou sinais clínicos.
Exames como a ultrassonografia e a ressonância magnética, de acordo com o cirurgião plástico, podem identificar alteração na integridade da prótese mamária, como a ruptura, nesse caso sendo recomendável retirar o implante o mais breve possível. “Apesar do gel de silicone ser coeso, em alguns casos a ruptura de implante pode ter o silicone extravasado, podendo até migrar para linfonodos da axila, gerando dor e incômodo”, explica Dr. Amato, que é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
Doença do Silicone – É um termo genérico, que pode englobar as complicações relacionadas ao implante. Porém, muitos a associam apenas com toxicidade do silicone, que extravasa do implante sem ele estar rompido. Essa situação é chamada de bleeding.
Síndrome Ásia – O implante de silicone serve como gatilho para desenvolver sintomas semelhantes aos das doenças reumatológicas como dor nas articulações do corpo, cansaço, distúrbios do sono, perda de cabelo, olho e boca secos.
Uma alternativa para tratar as complicações citadas acima é a cirurgia de explante mamário, nome popularmente utilizado para cirurgia de retirada da prótese de silicone. “Pode ser realizada apenas por questões estéticas, mas tem sido muito procurada por pacientes que apresentam complicações relacionadas ao implante de silicone”, comenta Dr. Amato.
Sobre o Dr. Fernando C. M. Amato – Graduação, Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica e Mestrado pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP). Membro Titular pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, membro da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) e da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS).
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