*Por Lucas do Liceu
Neste dia 20 de novembro celebra-se o Dia Nacional da Consciência Negra
O Dia Nacional da Consciência Negra é uma data de celebração e de conscientização sobre a intensa resistência enfrentada por negros no Brasil desde os tempos da colonização.
A escolha do dia 20 de novembro não foi aleatória, foi feita por ser a data de morte de Zumbi dos Palmares, no dia 20 de novembro de 1695. Zumbi foi o maior líder do Quilombo dos Palmares.
Se por um lado temos motivos para comemorar o Dia Nacional da Consciência Negra, por outro, temos motivos para discutir o racismo e promover a ideia de integração igual da população negra na sociedade, lutando contra a exclusão e a desigualdade social. Nesse sentido, as ações promovidas no dia 20 de novembro não devem ser de comemoração, mas de conscientização e reflexão e não deve se ater a um dia específico mas deve ser pauta de todos os dias e a base dessa discussão passa pela educação.
A escola deve ser o lugar de acolhimento, da diversidade e onde todo o estudante deve ter a oportunidade de aprender e a Educação Antirracista.
É importante dar oportunidade para todos, no ambiente escolar, terem uma aprendizagem digna, feliz, igualitária e equânime.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional foi alterada em 2003 com a Lei 10.639, que tornou obrigatório o ensino da Cultura e História Afro- Brasileira e Africana nas escolas. Em 2008, a Lei 11.645 garantiu o mesmo para os povos indígenas e suas tradições.
Segundo o professor Ricardo Jaheem, criador da Pedagogia de Favelas: “Não há um único modelo para a Educação Antirracista, é preciso que ela seja adaptada a cada território, sala de aula e cultura – e que não seja pautada apenas por um calendário e datas comemorativas“.
Refletir sobre o currículo e os objetivos pedagógicos da escola é uma das mais importantes funções de um diretor – só assim é possível fomentar um ensino antirracista que busque romper com esse problema histórico e estrutural.
É imprescindível um compromisso de todas as esferas governamentais, com um investimento público sério e continuado em políticas públicas e de formação dos profissionais da educação.
O racismo causa impactos danosos do ponto de vista psicológico e social na vida de toda e qualquer criança ou adolescente.
Garantindo o pleno desenvolvimento de crianças
O Núcleo Ciência Pela Infância publicou, em 2021, um estudo sobre os impactos do racismo no desenvolvimento das crianças. A publicação intitulada “Racismo, Educação Infantil e Desenvolvimento na Primeira Infância” traz dados sobre as consequências do racismo vivenciados na infância, no ambiente escolar.
Segundo a pesquisa, as crianças vítimas de racismo enfrentam problemas como rejeição da própria imagem, baixa autoestima, dificuldade para desenvolver autoconfiança, problemas de socialização e inibição comportamental, restrições para desenvolver sua capacidade intelectual; estresse tóxico e até doenças crônicas.
Para que se consolide uma educação antirracista na escola, a proposta de intervenção deve ser fruto de construção coletiva, o que exige tempo, esforço e determinação dos gestores.
Os esforços para a construção de uma política antirracista precisam repercutir e transformar a prática pedagógica cotidiana em sala de aula, garantindo o pleno desenvolvimento de crianças em suas potencialidades.
Para tratar, institucionalmente, os desafios em relação ao racismo na escola, é fundamental que a gestão escolar adote medidas para o acolhimento e o encaminhamento pedagógico em caso de racismo, responsabilizando adequadamente os envolvidos.
O racismo estrutural e institucional precisa ser enfrentado por toda a sociedade em um pacto coletivo: saúde, educação, assistência social, famílias e a sociedade como um todo, reconhecendo o problema e implementando práticas antirracistas.
O combate ao racismo que estrutura a sociedade e fere, de tantas formas, meninas e meninos negros é uma tarefa que precisa ser assumida por todos nós.
*Lucas do Liceu é gestor educacional, CEO do Grupo Liceu Brasil e vereador em Itaquaquecetuba
Fonte: Assessoria
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