Associação de pessoas com deficiência visual de Colatina recebe recurso de Programa Social do Santander

Colatina em Ação – 08 de maio de 2023

Pela segunda vez, a Associação Colatinense de e para Pessoas com Deficiência Visual (ACDV) foi contemplada pelo Programa Amigo de Valor, do Grupo Santander Brasil, com o projeto “Ler, Criar, Tocar e Cantar com Tecnologia só Começar”. A associação recebeu o valor de R$ 200 mil, por meio de uma campanha de doação financeira junto a funcionários, clientes e fornecedores da instituição, deduzidos do Imposto de Renda (IRRF).

A entidade é a única do Espírito Santo a participar do programa. O repasse é feito por meio do Fundo da Infância e do Adolescente, que é administrado pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.

Quem declara a renda pelo formulário completo pode destinar até 6% do imposto devido _ neste caso os recursos são dedutíveis, ou seja, até esse limite não há custo para o doador, que tem o valor restituído, e quem opta pela declaração simplificada pode doar a partir de R$ 25.

Promoção e educação

O projeto da ACDV, aprovado pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), foi apresentado ao Grupo Santander Brasil na primeira vez em 2021, com o principal objetivo de possibilitar às crianças, adolescentes e jovens com baixa visão/cegueira e baixa visão, aliados a paraplegia, tetraplegia e autismo o pleno desenvolvimento, promoção e educação do processo de construção e aprimoramento das suas habilidades e competências, através de dinâmicas voltadas ao resgate da escrita, leitura e interpretação, e de criação de ateliês de orientação e mobilidade, de cultura, música, de arte e expressão e de tecnologias avançadas.

Os recursos que vieram pelo Fundo Municipal no ano passado foram investidos em contratação de professores, em pagamento de oficineiros de arte, de tecnologia, de musicografia, de orientação e mobilidade, e de resgate do processo de alfabetização prejudicado na pandemia, voltados para esse público. Também em máquinas de escrever em Braille, equipamentos, material de construção, reformas de ambiente, manutenção de veículos e consumo em geral (telefone, internet, alimentação, etc). Nesta segunda vez, os recursos, também de R$ 200 mil, serão aplicados em equipamentos e principalmente em reformas de ambientes que vão possibilitar um melhor atendimento.

Rede regular de ensino

A ACDV atende um total de 97 crianças de 0 a 6 anos, crianças de 6 a 12 anos, adolescentes de 12 a 17 anos e jovens de 18 anos ou mais, oferecendo direta e sistematicamente serviços a um total de 230 beneficiários indiretos e/ou responsáveis e familiares. Contribui para a inserção da pessoa com deficiência no mundo do trabalho, considerando potencialidades e interesses. Tem contatos diretos com as empresas para realizar treinamentos de pessoas cegas e com baixa visão. Os adolescentes participam de algum programa de Jovem Aprendiz ou estágio e possuem acompanhamento especial nesses espaços de trabalho. Todas as crianças e adolescentes estudam na rede regular de ensino.

Os dois primeiros anos da pandemia (2020 e 2021) foram difíceis para a Associação, que junto a seus parceiros não conseguiu adquirir recursos de manutenção, o que interrompeu totalmente o processo de aprendizagem dos alunos, centrado nos atendimentos especializados presenciais, anulou os progressos já obtidos junto ao processo de alfabetização pelo sistema Braille, conhecimento ao computador, softwares e programas sonoros, orientação e mobilidade, e musicografia Braille. A presidente da ACDV, Maria do Socorro Reinoso Santana contou que a saída foi criar o projeto “Ler, Criar, Tocar e Cantar com Tecnologia só Começar”, em forma de ateliês de aprendizagens para atender às crianças, adolescentes e jovens com cegueira e baixa visão/cegueira e baixa visão, aliadas a outras deficiências.

Pessoal qualificado

“Pensamos em temáticas de essência para resgatar as perdas com eles, que retornem às escolas com competências similares às dos outros aluno e mediar a volta dos que se evadiram em função da inexistência de atendimento especializado e de tecnologias assistivas. Precisamos ainda reformar e adaptar ambientes, adquirir equipamentos específicos e equipamentos com tecnologias avançadas e remunerar pessoal qualificado”, explicou.

Para o Prefeito de Colatina Guerino Balestrassi, o repasse vai garantir a continuidade do trabalho feito pela associação. “É importante fortalecer a instituição para que as pessoas com deficiência sejam acolhidas pelos setores do nosso município, tenham os direitos garantidos e melhor condição de vida social. Nossa administração vem investindo nas associações e instituições que prestam serviços para crianças, adolescentes e idosos de Colatina”, disse o prefeito.