Afrânio veio para Colatina em 1940 aos quatro anos de idade
Por Nilo Tardin / Laili Campostrini Tardin – DDC News
Colatina em Ação – 30 de junho de 2022
Ele revelou cenas marcantes de nossa rica, impressionante e maravilhosa história.
A lente encantada do fotógrafo Afrânio Serapião de Souza registrou com a luz, fotos memoráveis dos últimos 60 anos da Centenária Princesa do Norte (1921 a 2021).
Aos 86 anos, nasceu em Afonso Cláudio a 22 de maio de 1936 -, Afrânio guarda no computador pessoal, estantes e armários a façanha de fotografar a pulsante vivência de Colatina, Noroeste do Espírito Santo.
Mestre na arte de captar o momento instantâneo, acompanhou de olhos bem abertos a evolução da fotografia. Dos negativos em preto e branco revelados em pôsteres no laboratório de casa, ao filme colorido até a recente revolução digital.
Filho de Antônio Serapião, poeta, jornalista e o topógrafo que traçou o município de Linhares, e Nair Lamas D’Ávila de Souza, Afrânio veio para Colatina em 1940 aos quatro anos. Daí não saiu mais. Viveu da fotografia profissional dos vinte e poucos anos até se aposentar dia desses.
Sexto de nove irmãos, seis mulheres – Maria, Alda, Hildety, Ariadne, Luzia e Heloisa e três homens – Arnaldo, Afrânio e Carlos -, teve contato com a fotografia na adolescência. Entrou no ramo depois de deixar o emprego fixo de bancário no Banestes nos anos de 1960.
“Sai de lá convicto que ia ser fotógrafo “, afirmou na sala da confortável e ampla casa na Ladeira Cristo Rei. As pausas, como se pensasse antes de contar casos das fotos na tela, a expressão austera dá lugar a divertidas risadas.
É casado com Rozalva Sperandio Serapião. O casal tem duas filhas: Juliana e Gabriella.
Na jornada profissional de Afrânio, além de retratar casamentos luxuosos, aniversários e eventos sociais, deixa congelado no tempo retratos espetaculares das belezuras dos concursos de misses, a mágica obra do gigantesco Cristo Redentor, exposições agropecuárias, a visita de Tancredo Neves, a inauguração da Estação Ferroviária. a catástrofe da enchente de 1979 e a construção do Aterro da Avenida Beira Rio, entre outros rolos de filmes e filmagens.
Faz questão de acrescentar que teve como entre seus incentivadores Brunório Serafim, Clecyr Guimarães, Raul Ângelo Giuberti e Luizinho Dalla Bernardina.
“Considero importante na minha carreira a retirada dos trilhos da Estrada de Ferro Vitória Minas (EFVM) do centro de Colatina. Uma multidão compareceu à festa do prefeito Paulo Stefenoni. (1873 a 1977). Virou feriado. Os fotógrafos aproveitaram e foram pescar. Registrei tudo praticamente sozinho. Ainda bem que tinha bastante filme. Ninguém me contratou, por pouco não teria registro algum, mas tive o incentivo de Adelson Epichim”, afirmou ao nadar de braçada na reportagem sobre o Último Trem.
Afrânio relembra da primeira vez que viu uma máquina fotográfica e seu encantou pelo equipamento. “Foi na década de 1950. Primas do Rio de Janeiro vieram nos visitar. Trouxeram uma máquina Kapsa. “Bateram retratos nossos. Eu e minhas irmãs na frente da antiga prefeitura (atual câmara dos vereadores). Tinha cinco anos. Uma raridade”, concluiu.
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