Pneumologista e cientista da Fiocruz se tornou uma voz de esclarecimento sobre a Covid-19, influenciou o tratamento para a doença, conduziu pesquisas e enfrentou pessoalmente o vírus
Portal Colatina em Ação – 02 de agosto de 2021
A médica colatinense e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Margareth Maria Pretti Dalcolmo, de 66 anos, foi escolhida a personalidade do ano de 2020 no prêmio “Faz Diferença”, realizado pelo jornal O Globo.
Poucos cientistas vivenciaram a pandemia da Covid-19 com tanta intensidade quanto a médica pneumologista e pesquisadora da Fiocruz Margareth Maria Pretti Dalcolmo, de 66 anos, escolhida Personalidade 2020 pelo Prêmio Faz Diferença, representando também seus colegas brasileiros que se destacaram pelo combate ao negacionismo”.
A médica Margareth Dalcolmo, nasceu em Colatina, no ano de 1954, quando tinha apenas dois anos de idade, sua família mudou-se para o Rio de Janeiro onde cresceu. Formou-se em 1978 em medicina pela Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (EMESCAM). É casada com o imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), Cândido Mendes de Almeida
Em maio de 2020, Margareth foi infectada pelo coronavírus e cumpriu o isolamento social. Recuperou-se da doença após um quadro leve da doença e criticou a recomendação de negacionistas de tomarem Cloroquina e Ivermectina para o tratamento da doença.
Coordenadora de estudos importantes na área, ela desenvolveu um entendimento da doença que influenciou a prática clínica no país, ao mesmo tempo em que se tornou uma voz de esclarecimento para a população, através da mídia.
Quando o Sars-CoV-2 desembarcou no Brasil, Dalcolmo conta que não tinha noção do tamanho que seria o desafio de enfrentá-lo.
Para nós, naquele momento, a Covid-19 parecia ser mais uma virose respiratória que iria aparecer e desaparecer, como foram outras coronaviroses anteriores, a SARS-1 e a MERS — conta. — O que deixou claro para nós que não iria ser assim foi a entrada da doença na Europa, no fim de janeiro, quando começaram a aparecer os casos na Itália, morrendo muita gente.
Dalcolmo já tinha participado de comitês de preparação para outras epidemias, como na gripe aviária, em 2004, e era cientista de renome em tuberculose. Por isso, foi chamada para compor o grupo de especialistas que daria suporte ao ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. Trabalhou ali com Júlio Croda, então diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis, seu colega e amigo de longa data.
A cientista conta que as reuniões eram precedidas por uma rotina de contatos com colegas europeus e leitura de uma enxurrada de estudos novos para tentar antecipar como a epidemia se desenrolaria no Brasil. Nessa época, a médica já estava atendendo os primeiros casos de Covid-19 no Rio.
Os primeiros pacientes que eu tratei tinham ido a desfiles de escola de samba, e logo ficou claro que a gente estava lidando com uma doença de grande capacidade de transmissão — conta. — Rapidamente, aprendemos que a Covid-19 era uma doença sistêmica, e vimos que alguns dos pacientes morreram no inicio da epidemia não só por pneumonia, mas por doença trombótica.
Vendo que o coronavírus era capaz de provocar dano neural e, sobretudo, nos vasos sanguíneos, Dalcolmo e outros colegas influenciaram a comunidade médica brasileira a mudar o protocolo de tratamento da doença, então muito focado em suporte respiratório. A nova abordagem era mais atenta para danos em outros sistemas vitais dos pacientes, e introduziu o uso de corticoides para conter problemas vasculares.
Fonte: O Globo
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