O mundo da arte e da fotografia perdeu, nesta sexta-feira (23), um de seus maiores expoentes. Com imenso pesar, o Instituto Terra confirmou o falecimento de Sebastião Salgado, aos 81 anos, em Paris, onde residia. Fotógrafo, ativista e fundador da organização, Salgado foi descrito na nota oficial como “nosso fundador, mestre e eterno inspirador”.
Nascido em Aimorés, interior de Minas Gerais, em 8 de fevereiro de 1944, Sebastião Salgado transcendeu as fronteiras da fotografia para se tornar um símbolo da luta humanitária e da restauração ambiental. Sua trajetória, iniciada profissionalmente nos anos 1970, foi marcada por obras-primas que, em preto e branco, revelaram a dignidade, a resistência e, muitas vezes, a dor da humanidade.
Com séries como “Trabalhadores”, “Êxodos” e “Gênesis”, Salgado eternizou populações em movimento, culturas ameaçadas e a natureza em sua forma mais essencial, construindo uma das mais importantes obras do século XX e XXI. Seu trabalho foi reconhecido mundialmente, culminando, em 2014, no documentário “O Sal da Terra”, codirigido pelo cineasta Wim Wenders e por seu filho, Juliano Ribeiro Salgado. A produção foi premiada em Cannes e indicada ao Oscar de Melhor Documentário.
Mais do que fotógrafo, Sebastião foi, como destacou o Instituto Terra, “alguém que semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é também um gesto profundo de amor pela humanidade”. Ao lado de sua companheira de vida e de trabalho, Lélia Deluiz Wanick Salgado, fundou o Instituto Terra, que desde 1998 promove a recuperação da Mata Atlântica e de nascentes na região de Aimorés, deixando um legado exemplar de compromisso com o meio ambiente.
Embora a causa da morte não tenha sido oficialmente divulgada pelo Instituto, fontes próximas atribuem o falecimento a complicações de uma malária contraída por Salgado nos anos 1990, durante um de seus muitos trabalhos fotográficos em áreas remotas do planeta.
No comunicado oficial, o Instituto Terra expressou solidariedade à esposa Lélia, aos filhos Juliano e Rodrigo, aos netos Flávio e Nara, e a todos os familiares e amigos que compartilham a dor dessa perda imensa.
“Seguiremos honrando seu legado, cultivando a terra, a justiça e a beleza que ele tanto acreditou ser possível restaurar”, afirma a nota.
Sebastião Salgado deixa uma obra imortal e um exemplo inspirador de como a arte pode transformar a maneira como enxergamos o mundo e a nós mesmos.
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