A noite de sábado (3) terminou em tragédia na rodovia que liga Colatina a Linhares a ES-248, em Linhares, no Espírito Santo. Fernando Borges de Oliveira, de apenas 22 anos, morreu após cair da carroceria de uma caminhonete em movimento, bater a cabeça no asfalto e sofrer lesões graves. O veículo sequer foi identificado ou localizado, deixando questões sobre responsabilidade e fiscalização.
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O caso, no entanto, não é isolado. Apesar da proibição expressa no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), o transporte de pessoas em carrocerias ainda é uma prática comum, especialmente em zonas rurais e áreas com pouca fiscalização. O Art. 230 do CTB classifica a infração como gravíssima, com multa de R$ 293,47, retenção do veículo e sete pontos na CNH. Exceções existem, como em atividades rurais autorizadas, mas não se aplicam a situações como a de Fernando.
Risco ignorado, consequências fatais
Testemunhas relataram à Polícia Militar que o jovem perdeu o equilíbrio e caiu enquanto a caminhonete seguia em movimento. A batida fatal na cabeça foi determinante para sua morte no local. O SAMU atestou o óbito, e o corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal de Linhares.
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Especialistas em segurança no trânsito alertam que acidentes envolvendo passageiros em carrocerias costumam ser graves, dada a falta de proteção. “É uma roleta-russa. Qualquer freada brusca ou curva mais fechada pode ser suficiente para projetar uma pessoa para fora do veículo”, explica um agente da PRF.
Fiscalização e educação no trânsito
A Delegacia Especializada de Infrações Penais de Linhares investiga o caso, mas a ausência do motorista e do veículo dificulta a apuração. Enquanto isso, o episódio reacende a discussão sobre a necessidade de campanhas educativas e maior rigor na aplicação da lei.
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Dados do Observatório Nacional de Segurança Viária mostram que acidentes envolvendo transporte irregular em carrocerias ainda respondem por mortes evitáveis todos os anos. Para mudar essa realidade, além da repressão, é preciso conscientizar motoristas e passageiros sobre os riscos dessa prática.
Fernando Borges se tornou mais uma vítima de uma escolha arriscada – e ilegal – que, infelizmente, ainda faz parte da realidade do trânsito brasileiro. Sua morte serve de alerta: enquanto houver negligência, histórias como a dele continuarão a se repetir.
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