Um caso envolvendo a realização de um teste de verificação de tipo sanguíneo em 45 estudantes, utilizando a mesma lanceta para todos, está sendo investigado em uma Escola Estadual de Laranja da Terra, na Região Serrana do Espírito Santo. O fato ocorreu na última sexta-feira (14) e foi denunciado à Polícia Militar pelo pai de uma aluna, que relatou que a única higienização feita foi o uso de álcool 70% nas mãos dos estudantes antes da coleta de sangue.
Segundo a Polícia Militar do Espírito Santo (PMES), o professor responsável pela aula prática de Química não foi localizado até o fechamento da ocorrência. A diretora da escola informou que ele deixou o local por medo de represália dos pais. Todos os alunos envolvidos, com idades entre 16 e 17 anos, foram encaminhados para exames médicos a fim de descartar possíveis infecções.
A atividade, que fazia parte de uma aula de Práticas Experimentais em Ciências, foi realizada sem autorização da coordenação pedagógica. Após a repercussão do caso, o professor foi demitido, e o fato foi encaminhado à corregedoria da Secretaria de Estado da Educação (Sedu). A Sedu informou que os alunos serão acompanhados e farão novos testes em 30 dias.
Risco de infecções e discriminação
Médicos alertam que o compartilhamento de agulhas é um comportamento de alto risco, podendo expor os indivíduos a doenças como HIV, hepatites B e C, além de infecções bacterianas. A infectologista Ana Carolina D’Ettores reforçou que a prática é totalmente contraindicada e pode levar a consequências graves para a saúde.
Os pais dos estudantes relataram que, após a realização dos exames, os adolescentes passaram a sofrer discriminação na escola devido à possibilidade de terem sido infectados. A Secretaria Municipal de Saúde de Laranja da Terra foi acionada, e a Vigilância Epidemiológica do município iniciou o protocolo de testagem ainda na sexta-feira (14).
Resultados iniciais e reunião com pais
Até o momento, os resultados dos exames realizados nos alunos e no professor deram negativo para doenças infecciosas. Nesta segunda-feira (17), uma reunião foi realizada na escola com pais, estudantes e representantes da Secretaria Municipal de Saúde para esclarecer detalhes do caso e tranquilizar as famílias.
A Sedu reforçou que está acompanhando a situação e que os alunos terão suporte necessário. O caso serve de alerta para a importância de seguir protocolos de segurança em atividades práticas, especialmente aquelas que envolvem procedimentos invasivos.
Nota da Secretaria de Estado da Educação (Sedu):
“A Secretaria de Estado da Educação informa que o caso ocorrido na Escola Estadual de Laranja da Terra está sendo apurado pela corregedoria da Sedu. O professor responsável pela atividade foi demitido, e os alunos estão sendo acompanhados. A atividade foi realizada sem autorização da coordenação pedagógica, e medidas estão sendo tomadas para evitar que situações semelhantes ocorram no futuro.”