O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou pela aceitação da denúncia contra Marcos Alexandre Mataveli de Morais, ex-vice-prefeito de Pancas, no Noroeste do Espírito Santo. O político é acusado de participação na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023. A denúncia, apresentada em 24 de setembro de 2024, tramita sob segredo de Justiça e aguarda análise da 1ª Turma do STF, que decidirá se Marcos Alexandre será formalmente constituído réu no processo.
De acordo com a minuta do voto assinada por Moraes no último dia 21, duas transações financeiras realizadas via Pix foram determinantes para a Polícia Federal (PF) confirmar a presença de Marcos Alexandre no Distrito Federal no dia dos ataques. As movimentações bancárias, reveladas após a quebra de sigilo, somam R$ 410,00 e foram destinadas a uma loja de artigos esportivos e outra de decoração em Brasília.
“A quebra de sigilo bancário, autorizada nos autos, cujos dados analisados estão documentados em relatório da autoridade policial, confirmou que o denunciado esteve em Brasília/DF no dia 8.1.2023, tendo realizado duas transações via Pix de pequena monta para duas empresas estabelecidas no Distrito Federal”, destacou o ministro em seu voto.
Além das evidências financeiras, a denúncia contra Marcos Alexandre é reforçada por vídeos publicados em suas redes sociais no dia da invasão. Nas imagens, o ex-vice-prefeito aparece dentro do Palácio do Planalto, cercado por outros manifestantes. As cenas mostram cadeiras sendo quebradas e o interior do prédio em meio ao caos. Durante a gravação, o político capixaba comenta sobre a presença de gás lacrimogêneo e exalta o que considerava uma vitória do grupo.
“Invadimos aqui, invadimos tudo. É muito gás. Mas nós estamos vencendo a guerra, estamos vencendo a batalha, em nome de Jesus”, diz ele no vídeo.
O caso agora segue para a 1ª Turma do STF, que deverá analisar os autos e decidir se Marcos Alexandre será levado a júri pelos crimes de invasão e depredação do patrimônio público. A decisão do colegiado será crucial para definir os próximos passos do processo, que já dura mais de um ano e meio desde os ataques que chocaram o país.
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