Manchas na pele que sangram, ardem ou descamam, feridas que não cicatrizam dentro de 4 semanas e pintas escuras, com bordas irregulares acompanhadas de coceira ou descamação. Todos esses são sinais do câncer de pele, doença que, segundo as estimativas do Inca, terá 229.470 novos diagnósticos no Brasil em 2024, considerando os casos de câncer melanoma e não-melanoma.
Ainda de acordo com o Inca, a estimativa é de que 5.500 novos diagnósticos sejam registrados no Espírito Santo.
Um outro sintoma do câncer de pele melanoma, o mais agressivo, é o crescimento de manchas preexistentes, com alteração na coloração e no formato. Por isso, a campanha Dezembro Laranja reforça a conscientização sobre sintomas e fatores de risco do câncer de pele.
“Esses são os dois grandes grupos de câncer de pele: melanoma e não-melanoma. O primeiro tem origem nas células chamadas melanócitos, responsáveis pela produção da melanina e é mais comum em pessoas adultas de pele branca. Ele representa apenas 3% do total de casos de câncer de pele, mas é o mais agressivo, devido à sua alta capacidade de se espalhar para outros órgãos e sistemas”, explica a oncologista Juliana Alvarenga.
Já o tipo não-melanoma, sozinho, deve apresentar mais de 220 mil casos no país neste ano. “O câncer de pele não-melanoma é responsável por cerca de 30% do total de casos de doenças malignas no Brasil. É mais comum em pessoas com mais de pele clara, com mais de 40 anos e também as com histórico familiar da doença. Esse tipo de tumor apresenta menor mortalidade, mas, se não tratado precocemente, pode exigir cirurgias mutiladoras para o tratamento”, alerta.
A exposição excessiva aos raios solares é o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pele. Outros fatores são:
– A exposição a câmaras de bronzeamento artificial;
– Ter pele e olhos claros, cabelos ruivos ou loiros ou ser portador do albinismo;
– Histórico familiar de câncer de pele;
“A prevenção passa, fundamentalmente, pelo controle do tempo de exposição solar e pelo uso do filtro. A Sociedade Brasileira de Dermatologia indica que o fator de proteção solar mínimo deve ser o de 30. O uso de chapéus com abas largas, sombrinhas e outras formas de aproveitar as sombras também é recomendado, sobretudo no período do verão, que se aproxima”, recomenda Alvarenga.
Outra dica importante é evitar a exposição solar no período entre 10 e 16h, quando a incidência dos raios ultravioleta, com maior capacidade de agredir a pele, é mais intensa.
Detecção precoce
O câncer de pele tem seu tratamento muito facilitado quando detectado precocemente. Por isso, é muito importante ficar atento a qualquer alteração, manchas e sinais que surgem na pele.
Uma das regras que podem ajudar a população a observar as manchas na pele que podem ser sugestivas de câncer é a “ABCDE”:
- A: assimetria, quando uma metade da lesão é diferente da outra;
- B: bordas irregulares, com contorno mal definido;
- C: cor variável, com presença de várias cores numa mesma lesão;
- D: diâmetro maior que 0,6 cm;
- E: evolução, observando as mudanças de forma, cor e tamanho da lesão.
“Na maior parte das vezes, essas lesões não são causadas por um câncer de pele, mas é importante consultar um médico para descartar a hipótese, uma vez que, quanto mais cedo o diagnóstico, maiores as chances de cura”, reforça a oncologista.
Tratamento
Tanto o câncer de pele melanoma como o não-melanoma devem ser tratados de forma cirúrgica, a depender do encaminhamento do médico. A imunoterapia ou terapia-alvo também pode ser prescrita após a cirurgia dependendo da agressividade da lesão e da presença de linfonodos e, ainda, quando a doença evolui com a presença de metástases.
“Atualmente, há alternativas representadas por novos medicamentos, com alta taxa de sucesso, para cânceres em metástase”, afirma Alvarenga.
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