De 21 de novembro a 03 de dezembro, o caminhão-cinema equipado com uma estrutura com telona de 8×6 metros, projetores, sistema de sonorização e cadeiras para acomodar os espectadores percorrerá cidades capixabas e mineiras para exibir as obras de curta-metragem com roteiro, direção e produção das autoras e autores das histórias selecionadas. O Curta Vitória a Minas III tem patrocínio do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, apoio local da Prefeitura Municipal de Colatina e realização do Instituto Marlin Azul, Ministério da Cultura/Governo Federal.
O objetivo é possibilitar aos moradores das cidades ao longo da Estrada de Ferro Vitória a Minas a oportunidade de contar histórias e transformar em filme, registrando as memórias, os costumes, os hábitos, as lendas e as peculiaridades destas localidades, contribuindo para o fortalecimento territorial e comunitário.
Lançamento – A Casa Sinistra
Quando a mineira Marisa de Almeida Silva chegou ao Espírito Santo, em 1986, em busca de emprego e um novo lugar para construir sua vida ao lado da mãe e dos irmãos, não imaginava encontrar desafios para além da realidade. Como não conseguia uma ocupação na região metropolitana de Vitória, ela aceitou a orientação de uma tia para recomeçar a vida em Colatina onde havia oportunidade de trabalho no ramo de confecção. Mesmo não sabendo costurar em máquina industrial, apenas em máquina de pedal, a garota de 22 anos aceitou o emprego. Agora, o desafio era conseguir uma moradia para abrigar a família. A casa localizada na direção da Estação Ferroviária parecia perfeita para um recomeço, mas, novos desafios surgiriam na vida dos novos moradores.
Para transformar sua história em filme, além da orientação e do acompanhamento da equipe do Instituto Marlin Azul, a agente de saúde contou com o apoio da irmã Cláudia de Almeida, atriz de teatro e professora de Artes Cênicas aposentada, que a incentivou a enviar a história, auxiliou na organização dos figurinos e na seleção dos objetos de cena, preparou o elenco e desempenhou a função de assistente de direção. O elenco envolveu outros membros da família como a sobrinha Rebeca Almeida, o sobrinho Lorenzo Almeida, a cunhada Sebastiana Nascimento dos Santos e as primas Valentina dos Santos e Rittiele Vitória dos Santos, o amigo Osvaldino Roque Medeiros, além do ator e coordenador da Cia. Teatral Art’Manha, Kaio Henrique.
“Foi uma experiência inusitada e muito boa. Eu gostei muito de contar esta história e de viver esta experiência de fazer um filme. Foi uma descoberta porque contar uma história para alguém ouvir é uma coisa. Agora, transformá-la em filme nos possibilita um aprendizado muito bacana. É diferente de tudo aquilo que a gente já fez na vida. Foi uma experiência única. A expectativa para a exibição na cidade é grande. Estou ansiosa para ver na tela o resultado de todo este aprendizado“, destaca Marisa.
Acompanhe a caravana de cinema
Depois de Colatina (21/11), a caravana desembarcará em Ibiraçu (22/11), também no Espírito Santo e, depois, seguirá para Conselheiro Pena (23/11), Periquito (24/11), Governador Valadares (25/11), Belo Oriente (26/11), Ipatinga (27/11), Coronel Fabriciano (28/11), Nova Era (29/11) e João Monlevade (03/12), em Minas Gerais. Em cada sessão, a comunidade assiste ao filme do lugar e a obras feitas por outros autores e autoras selecionados pelo projeto.
O Circuito de Exibição do Curta Vitória a Minas III reúne os curtas-metragens “As Cercas“, de Otávio Luiz Gusso Maioli, de Ibiraçu (ES); “A Casa Sinistra“, de Marisa de Almeida Silva, de Colatina (ES); “Um Rio de Histórias“, de Márcia Cristina Cândido Cruz, de Conselheiro Pena (MG); “Escasso“, de Pedro Vinícius Siqueira Batista, e “A Velha do Rio“, de Levi Braga de Souza, ambos de Governador Valadares (MG); “Boi Balaio”, de Mauro dos Santos Junior, de Belo Oriente (MG); “O Pássaro”, de Luzia Di Resende, de Ipatinga (MG); “Mundaréu“, de Ana Paula Gonçalves Pires, de Coronel Fabriciano (MG); “Revelações de Carnaval“, de Sandra Maura Coelho, de Nova Era (MG); e “Me Disseram que Sou Negra“, de Alexsandra Mara Felipe Fernandes, de João Monlevade (MG).
Conheça as etapas do Curta Vitória a Minas III
As autoras e autores das histórias se juntaram em Guarapari (ES) durante imersão audiovisual de 15 dias para estudar, com a orientação de profissionais do cinema e da TV, noções básicas sobre roteiro, direção, produção, direção de fotografia, som, direção de arte, montagem, finalização, cinema de grupo, mobilização comunitária e direitos autorais.
Ao final do curso, eles retornaram para suas cidades de origem para organizar a pré-produção das filmagens e, na etapa seguinte, profissionais da fotografia, de som e produção se juntaram aos autores (as) para gravação das histórias nas cidades com o envolvimento de outros moradores em funções artísticas e técnicas. O cronograma de filmagens das dez obras foi realizado no período de junho a agosto de 2024. Depois da montagem e finalização, os curtas-metragens chegaram à etapa do circuito de difusão que, além da exibição nas cidades, incluirá a inscrição dos filmes em mostras e festivais de cinema.
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