Conviver com problemas de queda de cabelo é uma condição que parece ter mesmo ficado no passado. Atualmente, os avanços científicos permitem que qualquer pessoa que sofra de alopecia androgenética – também conhecida como calvície – ou de outro problema capilar encontre nas clínicas especializadas formas inovadoras que prometem vencer o problema em definitivo.
A mais usada atualmente é a chamada FUE – sigla em inglês de Extração de Unidade Folicular –, cuja técnica se caracteriza por remover fios capilares de regiões doadoras e transplantá-los nos locais onde a alopecia está localizada. Dados da Sociedade Internacional de Cirurgia de Restauração Capilar (ISHRS, também na sigla inglesa), mostram que foram feitos 703 mil procedimentos só em 2021 – quase dois mil por dia. A FUE ganhou protagonismo na maior parte dos casos. Nos homens, ela foi utilizada em 75,5% das cirurgias, enquanto nas mulheres respondeu por 57% dos tratamentos.
“A grande vantagem da FUE é que seus resultados são bastante significativos, e têm um índice de aprovação enorme em relação a outras técnicas. Posso afirmar isso porque venho usando esse método com vigor nos últimos anos, e a satisfação dos pacientes beira a totalidade. Em escala global, isso também serve de explicação para o crescimento dos transplantes capilares nos últimos anos”, afirma Melina Oliveira, médica e especialista em cirurgia de transplante capilar, proprietária de uma clínica em Vila Velha (ES).
Mudanças estéticas
Apesar da forte adesão, ela alerta que ainda é necessário um trabalho de conscientização junto aos pacientes antes mesmo de partir para o tratamento. “É um ajuste de expectativas. Muitas pessoas acreditam que o resultado é imediato, e que vão sair da clínica com o problema da alopecia solucionado. Outras apostam que o transplante capilar pode modificar o tipo do cabelo, por exemplo. O transplante, mesmo com a FUE, funciona porque tem uma base científica e preserva as características físicas de cada pessoa”, explica a médica.
Outro ponto favorável é a transformação que vai além do couro cabeludo. Melina Oliveira assegura que os depoimentos de quem passa por sua clínica mostram o impacto das mudanças estéticas também para o aspecto psicológico. “É claro que o foco é o tratamento da queda de cabelo, mas os efeitos vão para além disso. A autoestima parece crescer junto com os novos fios, e o paciente ganha novas razões para apostar numa vida afetiva mais promissora, numa perspectiva profissional mais animadora. São muitas transformações que ocorrem em paralelo ao tratamento”, pontua.
Busca por tratamento em alta
O número de transplantes capilares realizados em 2021, segundo números da ISHRS, chama a atenção principalmente quando se observa a curva de crescimento em comparação com 11 anos antes. Em 2010, foram pouco mais de 279 mil procedimentos feitos em todo o mundo – um aquecimento no setor que se aproxima dos 250%. Até 2029, a expectativa é de que haja uma taxa de crescimento anual em torno de 9%, segundo a empresa de estudos de mercado Mordor Intelligence.
A tendência é de que este cenário se repita no Brasil. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) estima que o país possua algo em torno de 42 milhões de cidadãos com problemas de queda de cabelo. Isto equivale a cerca de 20% de toda a população. “Quando observamos a quantidade de pessoas com alguma doença capilar, claramente identificamos que é uma parcela considerável da sociedade. E isso reforça não apenas a certeza de que é um mercado em crescimento, mas também de como o transplante capilar hoje pode ser útil”, finaliza.
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