Nesta quinta-feira (8), uma operação da Polícia Federal teve como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, destacando o colatinense e major da reserva, Angelo Martins Denicoli como um dos suspeitos. As investigações apontam sua suposta participação em grupos que promoviam ataques virtuais a opositores políticos, ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), além de interferências no sistema eletrônico de votação e no processo eleitoral brasileiro.
De acordo com a Polícia Federal, Denicoli é ligado à tentativa de golpe de Estado e à abolição violenta do Estado Democrático de Direito, fatos que foram evidenciados pelos ataques ocorridos em 8 de janeiro de 2023. Além disso, ele também é acusado de promover ataques e disseminar informações falsas relacionadas à Covid-19 e às medidas sanitárias durante a pandemia.
O major foi proibido de manter contato com os demais investigados, inclusive por meio de seus advogados, e está impedido de deixar o Brasil, sendo obrigado a entregar seu passaporte às autoridades até esta sexta-feira (9).
As investigações indicam que Denicoli estaria envolvido com um grupo que se aproveitava da estrutura do Estado para obter vantagens, como o uso indevido de cartões corporativos para despesas pessoais. Além disso, ele fazia parte de um núcleo dedicado à desinformação e aos ataques ao sistema eleitoral, juntamente com Mauro Cid e Anderson Torres, priorizando a produção e amplificação de notícias falsas sobre a lisura das eleições presidenciais de 2022, bem como sobre supostas irregularidades nos registros de votos.
A operação, intitulada “Tempus Veritatis”, envolveu o cumprimento de mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva em diversos estados brasileiros, sob autorização do Supremo Tribunal Federal (STF). No total, 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva foram expedidos, juntamente com 48 medidas cautelares.
A Polícia Federal destacou que os investigados atuavam de forma coordenada na disseminação de falsas narrativas sobre o sistema eleitoral brasileiro, visando criar um ambiente propício para um golpe de Estado. Os crimes investigados incluem organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado.
A defesa do major Denicoli não foi localizada para comentar sobre a operação até o momento desta publicação. Este texto será atualizado conforme novas informações forem disponibilizadas.