Colatina em Ação – 16 de dezembro de 2023
No dia 15 de novembro de 1923, na pacata São José de Santa Maria, interior do município de Colatina, nasceu Antônio Nardi, o caçula de uma prole de oito filhos, proveniente de uma família de imigrantes italianos. Seus pais, Cesare e Jacinta, buscaram no Brasil uma vida mais promissora, fugindo das adversidades enfrentadas na Itália. Antônio, desde a infância, testemunhou as histórias da saga de sua família, marcada por desafios comuns a muitos imigrantes.
Aos oito anos, a vida de Antônio sofreu uma reviravolta com a perda de seu pai, Cesare, em virtude de problemas de saúde. Com uma família numerosa e recursos limitados, a mãe, Jacinta, assumiu corajosamente a responsabilidade de liderar o lar. Antônio, admirador incondicional de sua mãe, compartilhava a história de como ela conduziu a família até seus 80 anos, quando partiu em 1967.
Em 1944, aos 21 anos, Antônio foi convocado para a Segunda Guerra Mundial. Partir de sua cidade natal para a capital do Espírito Santo, Vitória, e embarcar para lutar na Europa foi um desafio que ele recordava em suas narrativas. Por sorte, antes do embarque, a notícia de que as tropas não eram mais necessárias trouxe um alívio imenso, permitindo a Antônio retornar à sua família.
Anos antes, em 1930, a mãe de Antônio adquiriu colônias na região próxima ao distrito de Paul e Graça Aranha, conhecida como “o Norte“, também no município de Colatina. Essas colônias foram posteriormente legadas aos seus dois filhos homens, Vergínio e Antônio, que se mudaram para lá em busca de uma vida melhor.
Religiosidade e trabalho árduo
O destino levou Antônio a Genília Helena Fabris, com quem se casou em 1955. Estabeleceram-se em Graça Aranha, construindo uma família com três filhos: Paulo César, José Antônio e Ana Lucia. A jornada familiar incluiu a presença constante da mãe de Antônio, Jacinta, e de suas irmãs Ida e Venturina.
A vida de Antônio foi marcada por simplicidade, religiosidade e trabalho árduo. Sempre tranquilo, nunca cedeu à pressão dos desafios. Sua paixão pelas “vacas de leite” era evidente, e o curral tornou-se um ponto central de sua existência.
Em 2020, Antônio enfrentou a perda de sua esposa, Genília, vítima da Covid-19. Esse golpe não abalou apenas sua vida, mas ele ergueu-se novamente, cercado por uma extensa rede familiar e de amigos.
A trajetória de Antônio, vivendo por cem anos, reflete as transformações do mundo. Desde os primórdios da água encanada até a era digital, ele soube apreciar as coisas simples e enfrentar as mudanças com sabedoria e serenidade.
Que Deus continue abençoando Antônio, uma inspiração de resiliência, simplicidade e amor pela vida, enquanto celebra seus cem anos com saúde e paz.
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