Organizar suas finanças é o primeiro passo para evitar prejuízos, também, na sua saúde mental.
Colatina em Ação – 14 de setembro de 2023
Ter as finanças instáveis, incerteza sobre a capacidade de cumprir compromissos e a falta de organização podem afetar negativamente a saúde mental das pessoas, criando um efeito cascata que prejudica a vida cotidiana.
Neste mês dedicado à campanha Setembro Amarelo, cujo objetivo é conscientizar sobre sinais de depressão em amigos e familiares, é importante lembrar que a educação financeira não se limita apenas às finanças pessoais. Ela também inclui a capacidade de lidar com dinheiro nas relações interpessoais e em outras áreas da vida. A organização pessoal pode ajudar no enfrentamento de situações que possam afetar negativamente nosso estado emocional e psicológico.
Acompanhe a seguir alguns dados importantes que mostram como está o comportamento financeiro do brasileiro e a influência pessoal.
Endividamento de famílias bateu recorde no Brasil: de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) de 2002, realizada anualmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 77,9% das famílias brasileiras relataram estar endividadas. O desequilíbrio financeiro pode ser uma das causas do alto número de casos de depressão e ansiedade no Brasil, sendo o país latino-americano com maior índice desses transtornos, segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS).
Preocupação constante, vergonha, angústia, perda de sono ou do apetite: estes são apenas alguns dos sentimentos que afligem aqueles que lutam para pagar as contas do mês. De acordo com pesquisas realizadas pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 8 em cada 10 inadimplentes experimentam impactos emocionais negativos por causa de suas
dívidas.
Ansiedade em relação às suas finanças: de acordo com uma pesquisa divulgada pelo Instituto Locomotiva, 46% dos brasileiros frequentemente sentem ansiedade em relação às suas finanças e 47% se sentem inseguros ao lidar com dinheiro. O medo leva 21% das pessoas a não abrirem boletos e extratos, e 39% sentem culpa e ansiedade só de pensar no orçamento.
O desequilíbrio financeiro afeta todos os aspectos da vida: Os efeitos dessa situação são enormes em um país com 67 milhões de inadimplentes (dados do Mapa da Inadimplência, do Serasa, de junho de 2022). O desequilíbrio financeiro afeta todos os aspectos da vida, incluindo relacionamentos e produtividade no trabalho. Muitas vezes, os indivíduos não conseguem lidar com essa situação de forma saudável.
Sair das dívidas é o primeiro passo para melhor saúde financeira: lembre-se você não está sozinho e sempre pode buscar apoio para lidar com essas situações. Nem sempre estamos no controle da nossa vida financeira da maneira em que pensamos estar, existem muitas explicações oriundas da psicologia que traduzem o nosso comportamento e a nossa relação com o nosso dinheiro.
Você já ouviu falar em Psicologia Econômica?
A Sicredi tem se dedicado ao trabalho de educação financeira, utilizando conceitos da psicologia econômica para compreender os fatores que influenciam a tomada de decisões financeiras das pessoas. Esses fatores estão diretamente ligados ao estado emocional do indivíduo, através de palestras e encontros realizados em escolas e empresas.
De acordo com a professora Vera Rita de Mello Ferreira, especialista em psicologia econômica, finanças comportamentais e educação financeira, que criou a metodologia do Programa Cooperação na Ponta do Lápis muitas pessoas tendem a se fechar quando o assunto é dívida, evitando falar sobre o tema e até mesmo pedir ajuda. O resultado pode ser melancolia e depressão, sem que a família saiba o que realmente está acontecendo.
A abordagem da Sicredi em educação financeira vai muito além do conhecimento em cálculos e finanças. A instituição busca entender as emoções, desejos, necessidades e contextos que influenciam as decisões financeiras do dia a dia, desenvolvendo materiais baseados em pesquisas e estudos da psicologia econômica.
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