Colatina em Ação – 13 de março de 2023
Segundo a Doutora Priscila Pyrrho, ginecologista especialista em medicina integrativa, é muito comum estudos apresentarem os riscos da reposição hormonal na perimenopausa e na pós-menopausa. Esses riscos, segundo a médica (câncer de mama, evento cardiovascular etc.) precisam ser contextualizados, principalmente dependendo do tipo de hormônio, da via, da dose e por qual motivo é utilizado.
A menopausa corresponde ao último ciclo menstrual, ou seja, à última menstruação e costuma atingir as mulheres na idade de 45 a 55 anos. Quando ocorre por volta dos 40 anos, é chamada de menopausa prematura ou precoce.
Por ser uma fase inevitável da vida, precisa ser vivenciada com qualidade pois traz muitas mudanças ao organismo da mulher, como:
- Irregularidades menstruais;
- Menstruações mais escassas;
- Hemorragias;
- Ondas de calor;
- Atrofia (enfraquecimento ou afinamento da mucosa) dos órgãos genitais etc.
Para Priscila, durante essa fase, é indicado que a paciente faça a reposição hormonal, que ajuda a melhorar a saúde de todo o organismo e não apenas do aparelho reprodutivo.
“Existem consequências para a saúde em outros sistemas que não apenas o aparelho reprodutor. A não reposição pode acarretar em alteração metabólica ou cardiovascular, problemas no sistema respiratório e intestinal, pois a repercussão na saúde é sistêmica”, explica.
Importância da reposição hormonal
Priscila defende que os hormônios são tão importantes que, quando uma mulher entra na menopausa precocemente, ou seja, quando ocorre a falência ovariana prematura, há um aumento do risco de doenças crônicas não transmissíveis, como: as doenças cardiovasculares, diabetes, doenças neurológicas degenerativas, síndrome metabólica, entre outras.
“Estudando esse grupo de mulheres e vendo a repercussão, a gente consegue afirmar que os hormônios têm sim um papel fundamental na nossa longevidade e na nossa qualidade de vida, ajudando a redução do aparecimento de doenças a longo prazo“, explica.
Outro ponto importante para a médica é que, quando não é feita essa reposição, o risco de doenças cardiovasculares aumenta de 3 a 10 vezes mais que o câncer, sendo a principal causa de morte da pós-menopausa.
“O estrogênio é um protetor contra doenças coronarianas e cardiovasculares. Essa reposição hormonal reduz a mortalidade por todas as causas em 30% a 48% quando iniciada precocemente”, alerta.
Outras doenças que podem ser causadas pela falta de reposição, segundo a especialista, são:
- Dislipidemia, aumento do colesterol ruim e redução do colesterol bom;
- Aumento do risco de obesidade sistêmica e visceral;
- Aumento do risco de diabetes e da resistência à insulina;
- Aumento do risco de síndrome metabólica;
- Aumento da osteoporose, pois há uma perda óssea de 3% ao ano na pós-menopausa, dobrando o risco de fraturas e até de perda da locomoção com o tempo;
- Alteração da visão devido à degeneração da mácula do olho;
- Perda auditiva;
- Alterações do sistema nervoso central, porque o estrogênio atua na administração cerebral de glicose para a atividade dos neurônios;
- Risco de depressão, declínio da função cognitiva, perda de memória, demência, doença de Alzheimer e enxaquecas.
- Aumento de doenças respiratórias, como alergia, rinite, sinusite, asma;
- Aumento do risco de colite, câncer de cólon e neoplasias ligadas ao intestino;
- Aumento de pelos (hirsutismo) em até 39% das mulheres, pela falta de estrogênio;
- Maior chance de desenvolver alopécia androgenética;
- Maior incidência de doenças dermatológicas.
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