Colatina em Ação – 14 de fevereiro de 2023
A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira, 14/2, a Operação Chapa Branca, com o objetivo de obter novos elementos de prova para desmantelar organização criminosa dedicada ao tráfico internacional de drogas que tentou utilizar os portos do Espírito Santo para enviar grande quantidade de cocaína para a Europa ocultada em pisos de mármore e granito.
Estão sendo cumpridos cinco mandados de prisão preventiva nos estados do Espírito Santo, Paraná, São Paulo, Pernambuco e na Hungria. Também estão sendo cumpridos 14 mandados de busca e apreensão, nos mesmos estados, respectivamente, Espírito Santo (01), Santa Catarina (02), Paraná (07), São Paulo (03) e Pernambuco (1).
Prisão preventiva em Colatina
Um empresário do ramo de café, conhecido como “Financeiro” foi preso preventivamente em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, nesta terça-feira (14), durante a Operação Chapa Branca. As informações sobre o alvo da PF no Estado foram repassadas em coletiva de imprensa nesta manhã. O nome do empresário não foi divulgado.
O delegado Victor dos Santos Baptista explicou que o homem preso em Colatina ligado a uma empresa de café era apelidado de “Financeiro”, e realmente tinha ligação com a parte financeira do grupo criminoso.
Na casa do suspeito, preso em Colatina nesta terça-feira, foram encontradas duas armas, carregadores e munições. O empresário seria membro de uma quadrilha liderada pelo ex-policial militar Sérgio Roberto de Carvalho.
As investigações mostraram ainda que ele participou da tentativa de envio de cocaína à Europa, escondendo o material em chapas de granito. Os 350 kg de drogas foram apreendidos em 6 de outubro de 2021 em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo.
“Tinha, de alguma forma, uma participação gerencial nessa empresa que participou da exportação dessa droga apreendida em Santos. Ele participou diretamente tanto da ação em Cachoeiro como em Santos“, evidenciou.
Entenda o caso
A investigação teve início em outubro de 2021, quando a Polícia Civil apreendeu 350 quilos de cocaína que eram descarregados de um caminhão e que seriam, na sequência, ocultados numa carga de chapas de granito e exportados para a Europa.
Naquele momento, foram presos em flagrante um empresário e um ex-policial. Um terceiro homem, motorista do caminhão carregado com a droga, conseguiu fugir, mas foi identificado e capturado em São Paulo, sendo preso em cumprimento de mandado de prisão preventiva. Em razão da percepção de que se tratava de um caso de tráfico internacional, o caso foi encaminhado para a Polícia Federal.
A partir desse momento, foram estabelecidas medidas importantes de parceria com a Receita Federal, além do estabelecimento de ampla cooperação internacional visando obter junto a agências policiais dos Estados Unidos e Europa provas que pudessem ajudar a determinar os demais envolvidos na exportação criminosa que iria utilizar a estrutura portuária do Espírito Santo.
No decorrer da apuração, verificou-se que a droga fora adquirida na Bolívia e seguiria para o porto de Le Havre na França, de onde seria distribuída para outros países daquele continente.
Controlando a ação em solo nacional, estava uma das maiores organizações criminosas em atuação no país, liderada pelo traficante conhecido como o “Escobar Brasileiro”, considerado um dos maiores narcotraficantes do mundo em atividade.
Preso em 2022 na Hungria, ele é investigado em vários países pelo envio de toneladas de cocaína a partir de portos brasileiros, em especial os de Santos e Paranaguá, e tentava colocar o Espírito Santo como alternativa para esses embarques.
Com as medidas cumpridas nesta manhã, a Polícia Federal considera que todos os envolvidos no envio da carga apreendida em Cachoeiro de Itapemirim/ES foram identificados e agora seguirão a disposição da Justiça Federal para responderem ao processo criminal.
Os investigados poderão responder pela prática do delito de associação para o tráfico, tráfico internacional e interestadual de drogas e, eventualmente, pela lavagem de capitais. Se condenados, as penas aplicadas podem ultrapassar 30 anos de prisão.
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