Cesta básica teve aumento em todas as capitais do país e está custando até R$ 803,99
Colatina em Ação – 27 de julho de 2022
Cada vez mais os brasileiros sentem no bolso e na mesa os reflexos da alta da inflação. Segundo levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em maio o valor da cesta básica aumentou até 5,6% em todas as capitais do país. Pela segunda vez consecutiva neste ano, foi constatado um aumento de preços generalizado nas cidades pesquisadas.
Dados do Dieese mostram que para consumir produtos básicos da alimentação, como arroz, feijão, pão e leite, o brasileiro gasta entre R$ 551,47 e R$ 803,99. O menor preço foi verificado em Aracaju (SE) e o maior em São Paulo (SP). Os valores apurados representam entre 45% e 66% do salário mínimo, fixado em R$ 1.212.
De acordo com o Dieese, o encarecimento da cesta básica está associado a uma série de fatores, como a valorização do dólar frente ao real, o aumento da demanda externa por determinados insumos, a redução da oferta de alguns produtos no mercado interno e a elevação do preço dos combustíveis.
O repasse do aumento de preços em toda a cadeia produtiva até chegar ao consumidor final faz com que o país viva uma alta inflacionária. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado o índice oficial da inflação do país, chegou a 1,06% em abril — o maior percentual observado em um mês de abril nos últimos 26 anos. No intervalo de 12 meses, o IPCA está na casa dos dois dígitos (12,13%), maior resultado verificado desde 2003.
Preço do dólar impacta o dia a dia dos brasileiros
Embora o dólar tenha atingido uma cotação abaixo de R$ 5 no final do mês de maio — o que não se via desde junho de 2021 —, o real ainda segue desvalorizado frente à moeda norte-americana, o que causa reflexos no dia a dia dos consumidores brasileiros.
Conforme a cotação do dia 2 de junho, ao converter dólar em real, US$ 1 equivale a R$ 4,80. Isso significa que é preciso gastar uma quantia maior da moeda brasileira para adquirir insumos e produtos que têm o preço na moeda internacional. Para o Dieese, o pão francês foi um item que subiu de preços em todas as capitais brasileiras no último mês.
O trigo é um dos principais produtos importados pelo Brasil, segundo informação da Secretaria de Comércio Exterior. A alta do dólar encarece o produto, o que faz com que pães, bolos e outros itens também subam de preço para o consumidor final.
Adubos e fertilizantes usados no Brasil também são de origem estrangeira, por isso precificados em dólar, o que interfere nos custos dos produtos cultivados no país. Portanto, mesmo os alimentos produzidos em solo nacional estão mais caros, como é o caso do café.
Além disso, a valorização do dólar incentiva a exportação, reduzindo a oferta para o mercado interno e pressionando os preços para o consumidor.
Não são apenas os alimentos que sofrem essa interferência do preço do dólar. Remédios, equipamentos de saúde, eletrônicos e outros itens importados ou que precisam de insumos do exterior têm os valores impactados. O cenário também eleva os preços das viagens internacionais.
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