Em 2015, Julia Netto criou a Dona Eva e sempre acreditou no sonho de empreender
Sabe o que você pode fazer com R$ 50? A Julia Netto começou uma empresa. A ideia surgiu dentro do Empretec, ministrado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Espírito Santo (Sebrae/ES), em 2015, quando ela foi desafiada pelo seminário a criar um produto. A escolha foi por sabonetes vegetais.
Na cozinha da casa dos pais, surgiam os primeiros produtos da Dona Eva e uma nova direção para vida profissional da empreendedora, recém-formada em psicologia.
“Eu estava totalmente perdida no que eu deveria fazer profissionalmente e estava tentando várias coisas ao mesmo tempo. A produção de sabonetes a princípio era uma forma de fazer uma renda até que eu conseguisse entender para onde eu deveria caminhar, mas percebi que a Dona Eva me ajudava a desenvolver muitas habilidades, e resolvi me dedicar mais um tempo a essa atividade”, conta Julia.
Ganhando forma
Desde então, já foram seis anos de empresa, ultrapassando a barreira dos 21,6% dos micro e pequenos empreendimentos que fecham antes mesmo de completarem cinco anos de atividade no país. Neste período, a empreendedora foi buscando capacitações, e a Dona Eva crescendo, ganhando forma.
“O Sebrae sempre foi um grande parceiro. No início tive dificuldades para entender e resolver questões que eu não tinha conhecimento. Solicitei análises e suporte de diversos profissionais de várias áreas e tive respostas que me ajudaram a entender como eu deveria seguir e construir a empresa de forma que ela pudesse crescer estruturadamente”, conta Julia.
Segundo a empreendedora, desde o início, quando as vendas eram feitas em rodas de amigos e pelas redes sociais, os produtos foram muito bem aceitos pelo público. Ela conta que nunca voltou pra casa sem vender pelo menos um produto e que era isso que dava a certeza de estar no caminho certo.
Forma otimista
“Empreender não é um conto de fadas. É preciso ter paixão pelo negócio e querer aprender e se desenvolver diariamente para que seja possível manter o ritmo de crescimento e superação. É desafiador ter tantas atividades a serem estudadas e paralelamente levar o negócio com diversas tarefas a serem realizadas todos os dias. Entretanto, quando se acredita no plano, os desafios fluem de forma otimista, proporcionando a colheita dos frutos, que dão oportunidade de fazer o que você sente virar algo palpável que são soluções para pessoas e para o mundo”, ressalta a empreendedora.
Assim como Julia, pelo menos outras 223 mil mulheres empreendem no Espírito Santo, ou seja, elas representam 36,57% dos empreendedores capixabas, rompendo as barreiras do preconceito, ganhando liberdade financeira, confiança e autoestima. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C).
Expansão
Mesmo com seis anos de empresa, Julia ainda se surpreende ao recordar a trajetória da Dona Eva e perceber que fez algo inusitado. “Eu não sabia que era um grande feito. Fui descobrir que iniciar uma empresa quase do zero era uma grande conquista com o tempo, quando percebi que pequenas empresas iniciavam com um investimento cem ou duzentas vezes maior, entendi que eu estava construindo algo diferente do que era comum”, conta.
E acreditar foi o que moveu a empreendedora. Em 2017, ela conseguiu montar o primeiro ateliê para produções personalizadas e criar uma linha fixa de cosméticos. Os anos seguintes foram de planejamento para uma nova mudança: levar a Dona Eva para São Paulo, mas sem deixar as raízes. Tudo precisava funcionar de maneira coesa para atender clientes em Vitória e São Paulo, sem contar a parte burocrática, onde mais uma vez o Sebrae se fez presente na trajetória da empresa.
Empresa capixaba
“Foram dois anos planejando a expansão para que a Dona Eva pudesse dar esse passo. E o Sebrae foi um super parceiro nesse momento! Acreditar sempre foi o lema. Sempre houve a certeza de que o caminho seria longo, mas com o sentimento que tudo faria sentido”, relembra Julia.
Enfim, em 2021, a expansão aconteceu e hoje, a Dona Eva, empresa capixaba, também tem uma sede em São Paulo. Para Julia, que destaca o desenvolvimento pessoal e profissional a partir do empreendedorismo, a dica é seguir a intuição e acreditar.
“É natural ter altos e baixos, animar e desanimar, focar e desfocar. O ritmo não precisa ser acelerado, o importante é continuar caminhando e descobrindo novas saídas. E está tudo bem falhar, faz parte do processo. Sou uma pessoa que acredita que não existe uma história de vitória sem muito esforço e resiliência”, finaliza Julia.
Empretec
Assim como Julia Netto, muitos outros empreendedores também já foram capacitados pelo Empretec. O seminário já está com uma nova turma para começar no dia 28 de março.
“O momento da virada para quem empreende está no comportamento. E descobrir o potencial das características empreendedoras que temos é descobrir que podemos muito mais. Para alcançar esse autoconhecimento, todo mundo que empreende deveria ter seu momento de imersão no Empretec. O resultado é o desenvolvimento das características do comportamento empreendedor e a oportunidade de vivenciar mudanças em como você compreende as coisas e age no dia-a-dia da empresa, revendo os próprios conceitos e atitudes”, destaca a analista do Sebrae/ES, Deisimara Rodrigues.
Ao todo, o Empretec oferece seis dias de imersão no empreendedorismo.A inscrição está no valor de R$ 1 mil e os interessados podem se inscrever pela Loja Sebrae/ES (https://es.lojavirtualsebrae.com.br/loja/).
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