Colatina em Ação – 31 de janeiro de 2022
A chegada de mais de 200 deportados brasileiros vindos dos EUA ajudou a Polícia Federal a acabar com um esquema de tráfico humano. As informações são de Carlos Martins, do aeroin.
Dentre os passageiros, estavam alguns homens que se utilizaram de coiotes para agenciar uma falsa família. A Polícia Federal conseguiu identificar alguns deles, que foram presos antes mesmo de saírem do aeroporto. Ao menos 10 pessoas teriam sido presas por tráfico humano no desembarque.
Segundo dados do Governo Federal, o voo que saiu da Base dos Fuzileiros Navais de Yuma para o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, levou 211 deportados, sendo 90 menores de idade.
Entre as famílias deportadas, uma é capixaba e morava no município de Mantena-MG, que faz divisa com Barra de São Francisco-ES.
Inclusive, Barra de São Francisco, que tem aproximadamente 45 mil habitantes, está entre as cidades capixabas com mais pessoas presas por imigração ilegal nos Estados Unidos. A lista tem ainda Colatina e Vitória. A primeira cidade dessa lista é Mantenópolis, que tem pouco mais de 15 mil habitantes. Veja aqui
Nova onda migratória
Já faz alguns anos que uma nova onda migratória brasileira surgiu rumo aos EUA, a qual foi agravada com a pandemia. O pico foi tão alto que o governo mexicano tem barrado alguns brasileiros que viajariam para lá, com suspeita de que eles tentariam uma entrada ilegal nos EUA.
Muitos destes brasileiros chegam no México legalmente, se dirigem até cidades-chave na fronteira, como Tijuana, Mexicali, Nogales, Ciudade Juarez e Laredo, onde tentam a travessia. Mas a pequena cidade de San Luis Río Colorado, vizinha à Yuma, também tem sido um ponto de entrada:
O objetivo, muitas das vezes, não é pular o muro ou cruzar a fronteira sem ser pego pelos agentes americanos, mas sim se entregar para eles, no sistema chamado de “cai-cai”.
Nos últimos tempos, os EUA tem deixado que alguns imigrantes aguardem a resposta do pedido de asilo em solo americano, onde conseguem arrumar algum emprego e iniciar uma vida. Denúncias dizem que existe uma certa facilidade para famílias entrarem nesse sistema de aguardo em território americano, e que isso tem levado ao tráfico de pessoas, o que resultou nas prisões no desembarque em Confins nessa semana.
Basicamente, pessoas solteiras, na maioria homens, agenciam com coiotes o tráfico de crianças (acompanhadas ou não de suas mães) para poderem cruzar a fronteira juntos como uma família. Até certidões de casamento falsas são utilizadas. A Polícia Federal chegou a prender algum destes agenciadores no final do ano passado.
Nesta semana, ao pousar em Confins, o desembarque do voo durou 5 horas, segundo fontes que estavam envolvidas na operação revelaram ao AEROIN. O motivo é que a Polícia Federal, em conjunto com o Juizado da Infância e da Juventude e o Conselho Tutelar, fizeram entrevistas a cada um dos 211 desembarcados, verificaram documentos e histórico das pessoas.
Os passageiros que saíram sem nenhum problema relataram que estavam algemados no voo, e que passaram fome e frio nos centros de detenção. Historicamente, a maioria dos imigrantes ilegais sai de Minas Gerais, principalmente da região do Vale do Aço, motivo pelo qual o Boeing pousou em Belo Horizonte, mas também estavam neste voo passageiros que são de Goiânia, Espírito Santo, Rondônia e Bahia.
Durante a noite, nas rádios mineiras, não foi difícil ouvir uma mensagem de alerta do governo americano desincentivando a imigração ilegal. Mais voos de deportados devem ocorrer nas próximas semanas.
Fonte: Site Barra.
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