Portal Colatina em Ação – 28/01/2021
A data de 17 de janeiro de 2021 ficará para sempre marcada na história do nosso País. A Anvisa aprovou de modo emergencial duas das vacinas para prevenir a Covid-19: a Coronavac e a Oxford-AstraZeneca.
A notícia é excelente, mas algumas questões ainda estão no ar. Como quem tem câncer, por exemplo, vai poder receber essas doses?
A dúvida já é grande e a ansiedade também, uma vez que esses pacientes fazem parte dos grupos prioritários previstos no Plano Nacional de Imunização.
A vacinação desses pacientes vai depender da tecnologia da vacina escolhida e do tipo do tratamento que estiver sendo feito.
No caso da Coronavac, que é feita de vírus inativado (morto), ela não causa a doença. “Esse tipo de imunizante pode ser aplicado no paciente com câncer, mesmo naqueles que estejam em tratamento com quimioterapia, imunoterapia ou radioterapia”, esclarece a médica oncologista Virgínia Altoé Sessa.
“A eficácia da vacina pode ser menor nos pacientes imunocomprometidos, mas ainda assim ela deve ser oferecida aos pacientes oncológicos”, completa a médica.
O momento ideal de iniciar a vacinação nesse grupo de pacientes é antes do início do tratamento, entretanto, aqueles que já começaram suas terapias também devem ser imunizados.
Mas temos que ficar atentos à eficácia da vacina nesse grupo, pois ela provavelmente não será tão alta, devido à imunidade que pode estar comprometida pelo tratamento.
Um detalhe é que nos pacientes com diagnóstico de leucemia e linfoma, que fazem uso de anticorpos monoclonais ou quimioterapia em altas doses, há evidência de que a eficácia deve ser ainda menor. E naqueles pacientes que fizeram transplante de medula óssea, a vacina deve ser oferecida preferencialmente seis meses após o transplante.
“Embora ainda existam poucos estudos nesse momento, já temos dados de que os efeitos colaterais são amenos, mesmo em pacientes em quimioterapia”, explicou a oncologista Virgínia Altoé Sessa.
Já a vacina de Oxford-AstraZeneca, mesmo sendo de vetor viral não replicante, também poderá ser usada nos pacientes com câncer, pois trata-se de um adenovírus com deficiência na replicação, sem risco para esse grupo de pacientes.
É importante frisar que ainda não foi totalmente esclarecido se quem toma a vacina pode contaminar outras pessoas, como publicado pela Sociedade Americana de Câncer. Dessa forma, cuidados essenciais como o uso de máscara, distanciamento social e higienização com álcool devem permanecer na rotina dos vacinados.