Portal Colatina em Ação – 26/01/2021
O drama de uma vítima da Covid-19, narrado em vídeo quase em tempo real, impressionou a população de Colatina neste final de semana. O vídeo compartilhado por um aplicativo de troca de mensagens pela vítima, circulou rapidamente e ultrapassou limites municipais, tendo ganhado destaque no final da tarde desta segunda-feira, 25, na coluna de Leonel Ximenes, no portal Gazeta Online.
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No vídeo, o vendedor ambulante Fabrício Paulo Felix, de 53 anos, relata seu drama com a Covid-19 entre dores e uma pitada de bom humor e faz algo parecido com uma profecia “Vamos esperar amanhã para ver se ele vai me arrebentar de novo”.
Não houve amanhã. Nesta segunda-feira(25), Colatina amanheceu com a notícia de que Fabrício não suportou novo ataque de coronavírus sobre seu organismo e morreu na CTI do Hospital Silvio Avidos. Depois de gravar o vídeo, o estado de saúde de Fabrício se agravou e ele foi para o tratamento intensivo, sendo entubado.
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O vídeo teria sido gravado na madrugada de domingo(24), informação que foi confirmada por assistentes sociais do hospital, também abalados pela premonição de Fabrício, que demonstrava sofrimento mas chega a brincar com sua luta contra coronavírus e deixa um recado para que as pessoas não negligenciam a doença e usem a máscara o que ele, confessadamente, não fez. Com a voz arrastada, Fabricio relata:
“Boa noite, rapaziada. A briga hoje foi feia com esse vírus. Hoje quase que ele me leva. Foi pesado. Ele me arrastou, fez igual crocodilo do Nilo, me abocanhou e rodou. Sabe o giro da morte? Me estraçalhou, só não conseguiu me engolir porque fui forte, mas ele me balançou, me chacoalhou, me despedaçou “.
Em seguida, Fabrício faz uma previsão, tentando ser otimista: “Amanhã é o oitavo dia, está passando, mas não está fácil não. Usa a máscara, gente. Faz igual eu fiz não, não brinca não. Vamos esperar amanhã para ver se ele vai me arrebentar de novo. Se eu passar esses dois dias que vem agora, estou fora dele “.
O ambulante volta a narrar o que estava passando: “Minhas pernas hoje pingavam água que parecia um balde, descia de perna abaixo, de tanto suor nas pernas “. Em seguida, promete colocar um apelido no coronavírus: “Vou colocar o nome desse vírus de crocodilo do Nilo, porque ele te abocanha e estraçalha. Você pensa que vai morrer. Tá bom. Mas vou conseguir, estou sendo forte. Está fácil não. Abraço meu povo. Obrigado por tudo “
Estas foram as últimas palavras de Fabrício, que frequentava muito a Banca de Briel, cujo proprietário também já foi contaminado com o vírus, mas conseguiu superar bem, “Eu tinha feito uma cirurgia de coração um ano antes e fiquei preocupado. Mas, graças a Deus, só senti uma febre e perdi o paladar. Esse vírus está muito difícil. Muita gente conhecida morreu em Colatina.
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Dentre pessoas bem conhecidas da cidade, e que não resistiram a doença estava o médico Fred Tanure, dono de jornal, José Francisco Mendes. Mas tem umas 20 pessoas muito conhecidas que morreram, disse Briel. Segundo o jornaleiro, Fabricio Felix estava morando no bairro São Silvano, depois que se separou da mulher há cerca de dois anos.
De acordo com os últimos números divulgados pela Secretaria de Saúde Colatina tem 12.214 casos confirmados de Covid-19, o que representa 11% da população. Fabricio Felix vítima de número 200 na cidade
Com informações de Tribuna Norte Leste e coluna Leonel Ximenes Portal Gazeta Online.