A umidade e fungos estragam a saúde da papelada no galpão alugado no Bairro Maria das Graças.
Portal Colatina em Ação – 12/01/2021
Parte da memória documental desta cidade vem sendo devorada por cupins, traças, brocas e outras pragas que atacam o Arquivo Público de Colatina.
Jogada as traças é a expressão correta para definir a situação do depósito atual de livros e publicações dos poderes públicos municipais.
Sem critério técnico de catalogação, raros documentos históricos estão embolado pelos cantos em meio a pastas de papéis administrativos da prefeitura de Colatina, noroeste do Espírito Santo.
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O tempo é a principal ameaça destes guardados da memória colatinense. Como isso não é trabalho para qualquer um, a papelada é consumida impunemente pelo voraz apetite do inimigo dos livros.
Dois exemplos ditam a falta de interesse e cuidado na preservação da história da região deixada pela administração passada. Ainda mais nesta hora que a Princesa do Norte se veste de Rainha para comemorar 100 Anos de emancipação a 30 de dezembro de 2021.
Exemplares inteiros da coleção encadernada do jornal O Colatinense foram dizimadas pela infestação.
As fotos recentes de páginas e páginas rasgadas ou corroídas de O Colatinense fundado em 1953 causaram indignação ao delegado de polícia Landulpho Lintz.
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Nos anos de 1990, Lintz impediu a saída de um caminhão carregado de documentos oficiais rumo ao incinerador do Sanear (Serviço Colatinense de Saneamento Ambiental).
“O arquivo público carrega a história de vida da cidade. Se destroem esses registros fica o sentimento de vazio. De apagar nossa memória. É muito sério. Resta a sensação de desmando”, disse Lintz ao sugerir a necessidade de estabelecer uma política de conservação preventiva de papéis históricos.
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O segundo exemplo é o sumiço de quatro raros Livros de Actas legislativa entre 1857 a 1906.
Os livros relatam o dia a dia do gigantesco município da foz do Rio Doce a divisa de Minas Gerais. Os anais foram arrancados a força de Linhares pela tropa de jagunços liderados pelo Coronel Alexandre Calmon, o Xandoca em 1906. As atas não estão sendo encontrada no arquivo pelos servidores.
“Desesperadora é a melhor expressão para definir essas condições do arquivo local. Passou da hora de digitalizar tudo. Contratar pessoal especializado historiador, arquivistas e bibliotecário”, sugere o advogado Ubirajara Douglas Vianna.
Outro Lado
O ex-prefeito de Colatina Sérgio Meneguelli diz que já encontrou o antigo arquivo público abandonado.
“As instalações estavam de um modo muito esquisito. Autorizei alugar um local adequado. Na época fui procurado sobre o extravio das atas legislativas históricas. Eu terei que questionar a minha ex-secretária de administração responsável por esse setor. Em resume. Ofereci condições de trabalho”, disse Serginho.
O prefeito de Colatina Guerino Balestrassi garante que vai tentar recuperar o arquivo público municipal.
Fonte: Diário Digital Capixaba – Redação: Nilo Tardin