Portal Colatina em Ação – 18/08/2020
Foi preso nessa terça-feira (18) o tio suspeito de estuprar a sobrinha de 10 anos que acabou engravidando e, posteriormente, realizando a interrupção da gravidez após autorização da Justiça. O caso ganhou repercussão nacional durante o final de semanal e reacendeu o debate sobre o aborto.
O anúncio da prisão do homem que estava foragido foi feito pelo governador do Espírito Santo, onde a menina vivia com a família, Renato Casagrande (PSB).
O tio da menina foi indiciado por estupro de vulnerável e ameaça. De acordo com a TV Globo, ele já esteve preso por tráfico de drogas. O homem foi preso em Betim (MG) e deve ficar preso em presídio na capital capixaba.
“A nossa polícia efetuou nesta madrugada a prisão do estuprador da menina violentada no interior do ES. Que sirva de lição para quem insiste em praticar um crime brutal, cruel e inaceitável dessa natureza. Detalhes da operação serão repassada pela equipe segurança ainda hoje“, conforme escreveu em uma rede social.
A criança passou por um procedimento e interrompeu a gestação em Recife (PE) nesta segunda (17). De acordo com o hospital responsável, a menina passa bem.
Entenda o caso
Após relatar que era abusada pela tio desde os seis anos de idade, a criança conseguiu na Justiça uma autorização para realizar o aborto que, nessas circunstâncias, é previsto por lei.
Acompanhada de parentes, a menina, que estava grávida de cinco meses, embarcou no domingo (16) de Vitória para Recife. De acordo com o governo do Espírito Santo, ela foi para um estado que tem protocolo médico mais específico para interrupção de gravidez.
A gravidez foi revelada no dia 7 de agosto quando a menina foi ao hospital, na cidade de São Mateus, se queixando de dores abominais. De acordo com informações da TV Globo foi no hospital que a menina contou que era estuprada pelo próprio tio desde que tinha seis anos.
Processo com segurança
Na sexta-feira (14), o juiz Antônio Moreira Fernandes atendeu a um pedido do Ministério Público, favorável à interrupção da gravidez. Na decisão, consta “que é legítimo e legal o aborto acima de 20-22 semanas nos casos de gravidez decorrente de estupro, risco à vida da mulher e anencefalia fetal”.
Já na capital pernambucana, a menina conseguiu realizar o processo com segurança, conforme explicou obstetra Olimpio Moraes Filho, diretor do Cisam (Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros).
Houve protestos de um grupo de religiosos contra a realização do aborto. Católicos e Evangélicos chegaram a fazer um cordão em volta do hospital, fato que gerou revolta nas redes sociais e motivou até ações contra o grupo envolvido, que contava com parlamentares pernambucanos.
A extremista Sara Winter, revelou dados da menina abusada, e é acusada de ter cometido crimes de acordo com o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e com Código Penal.
Fonte: Yahoo notícias