Pescadores de Colatina e Baixo Guandu receberam cartas em que a instituição comunica que vai suspender o pagamento do auxílio para quem foi afetado pela lama de minério da Samarco em 2015
Portal Colatina em ação – 02/06/2020
Eles foram informados de que será suspenso o pagamento do auxílio garantido desde 2015 pela Fundação Renova aos afetados pelo rompimento da barragem da Samarco em Mariana.
A Vale, empresa que detém a estrada de ferro, é uma das empresas acionistas da Samarco.
E nota, a Fundação Renova afirmou que começou a cancelar os benefícios “para aqueles casos que não preenchem os requisitos para sua concessão”.
Dificuldade
Os pescadores da Vila de Maria Ortiz, em Colatina, e de Mascarenhas, em Baixo Guandu, contaram que receberam um comunicado sobre o corte do auxílio.
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Muitos deles dependiam da pesca para sobreviver, mas a atividade foi gravemente afetada quando a lama da Samarco atingiu o Rio Doce e chegou ao Espírito Santo.
Agora, com a pandemia do novo coronavírus e a dificuldade de encontrar emprego, eles não sabem como vão então sustentar as famílias.
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“Somos pescadores, dependemos do rio e o rio não tem mais peixe. Não tem condições de, em plena pandemia, eles fazerem uma covardia dessa”, conforme desabafou o pescador Domingos Ponches.
Só na Vila de Maria Ortiz, 200 famílias dependem assim desse auxílio. Não há impedimento da atividade pesqueira nesses locais, mas os pescadores dizem que não conseguem vender o peixe do Rio Doce.
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“A gente não confia na água, no peixe. Quando rompeu a barragem, matou toneladas de peixes”, conforme contou a presidente da Associação de Pescadores Nova Vila, Andressa Karla.
Vídeo:
Pescadores das cidades de Colatina e Baixo Guandu, no Espírito Santo, fecharam a linha de trem Vitória-Minas em um protesto nessa quinta-feira(02/07).
Fundação
A Fundação Renova informou, por meio de nota; que a conclusão do processo de indenização prevê acordos para diferentes categorias e tem previsão de término em dezembro deste ano.
Diz, ainda, que em agosto, essas famílias vão receber o valor referente aos meses de agosto, setembro e outubro em um pagamento único.
A Fundação Renova afirmou que começou a cancelar os benefícios “para aqueles casos que não preenchem os requisitos para sua concessão ou já tiveram restabelecidas as condições para retomada de atividade econômica ou produtiva”.
O pagamento foi suspenso nos casos de ausência de impacto e impacto indireto; pesca de subsistência em Minas Gerais e na calha do Rio Doce no Espírito Santo; pesca comercial na calha do Rio Doce no Espírito Santo, agropecuária, comércio, turismo e residências, areeiros e outros danos ou danos não identificados.
De acordo com a Fundação; o auxílio continua sendo então pago para as categorias de pesca (comercial e subsistência) na foz do Rio Doce e de pesca comercial em Minas Gerais; para os moradores de Mariana, Gesteira e Barra Longa, para quilombolas e indígenas, e para aqueles que tiveram o auxílio financeiro então concedido judicialmente. Fonte: G1