Órgãos de saúde declararam ser contra o uso do medicamento
Redação Colatina em Ação – 27/05/2020
O governo francês proibiu nesta quarta-feira (27) o uso de hidroxicloroquina no tratamento de doentes com covid-19, depois de dois organismos de saúde pública terem se declarado contra o uso do medicamento.
A decisão foi tomada então depois de um estudo ter provado não só a ineficácia do remédio no contexto da pandemia, como o aumento do risco de morte dos pacientes.
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A França revogou o decreto de 11 de maio que autorizava a administração de hidroxicloroquina a pacientes infectados pelo novo coronavírus. Desde o fim de março que o antiviral, usado no combate à malária, era aplicado para tratar casos então mais graves da infecção.
O Conselho Superior de Saúde Pública e a Agência Nacional de Segurança de Medicamentos e Produtos de Saúde divulgaram parecer negativo sobre a prescrição do remédio no tratamento da covid-19.
As conclusões negativas dos dois organismos de saúde pública franceses seguem-se ao estudo publicado na semana passada, na revista científica The Lancet; que desaconselha o uso de hidroxicloroquina como tratamento contra o novo coronavírus, já que aumenta substancialmente o risco de morte dos pacientes.
O Conselho Superior de Saúde Pública considerou que as descobertas dessa investigação, assim como outros estudos e opiniões de autoridades de saúde; justificam “não usar hidroxicloroquina isoladamente ou em combinação com um antibiótico para o tratamento de covid-19 em pacientes em ambulatório ou hospitalizados, qualquer que seja o nível de gravidade”.
No dia em que foi publicado o estudo na The Lancet, o ministro da Saúde francês, Olivier Véran; escreveu em sua conta no Twitter que pediu ao Conselho Superior de Saúde Pública uma análise e ofereceu então 48 horas para uma revisão das regras de prescrição.
Atual pandemia
O uso do antiviral como tratamento da covid-19 passou a ser alvo de várias discussões; na medida em que a hidroxicloroquina era utilizada em alguns países para esse fim; mas sem nenhuma investigação que apoiasse a sua eficácia no contexto da atual pandemia.
Nos últimos dias, o remédio ganhou ainda mais protagonismo depois de o presidente norte-americano, Donald Trump; ter admitido que o tomava diariamente para prevenir a infeção pelo novo coronavírus. Trump defendia que existiam “sinais muito fortes” de que o antiviral funcionava como tratamento da covid-19.
O estudo da The Lancet é, por isso, o primeiro ensaio em larga escala sobre os efeitos da cloroquina e da hidroxicloroquina em doentes de covid-19; e os resultados são claros quanto à sua ineficácia e riscos.
O estudo também levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a suspender então temporariamente os ensaios clínicos com hidroxicloroquina no combate à doença.
Fonte: Agência Brasil