Redação Colatina em Ação – 30/11/2019
O preço médio do litro do diesel nas bombas de combustíveis no Brasil; figura acima dos R$ 3,70 e assim já supera o patamar da semana que antecedeu a greve dos caminhoneiros no ano passado. A categoria ainda diverge a respeito de que é provável uma nova paralisação.
De acordo com dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo; Gás Natural e Biocombustíveis), o litro do diesel era comercializado na semana passada por, em média, R$ 3,708. Entre setembro e novembro, o indicador registrou 10 altas consecutivas.
Paralisação dos motoristas
O valor atual desembolsado pelo litro do combustível é assim 3,28% maior; do que os cerca de R$ 3,59 cobrados pelos comerciantes na semana encerrada no dia 19 de maio do ano passado; aquela que antecedeu a paralisação dos motoristas, iniciada no dia 21 daquele mês.
Na análise por Estado; é possível ainda verificar uma diferença de 35% no valor médio cobrado pelo litro do diesel nos postos do Paraná (R$ 3,484); e do Acre (R$ 4,723). A variação entre o preço máximo e mínimo do combustível nos estabelecimentos consultados pela ANP; também chama atenção ao oscilar de R$ 3,17 (Paraná) a R$ 4,95 (Tocantins).
O diretor-geral de frota e soluções de mobilidade da Edenred Brasil; Jean-Urbain Hubau, avalia que a recente aceleração no preço do diesel é fruto das altas do repasse às refinarias iniciados em agosto. “Mesmo com as medidas de manutenção de valores em setembro e outubro; houve reflexo gradativo em razão dos postos trabalharem com estoque, fazendo com que a alta seja percebida mês a mês pelo consumidor”, conforme explica ele.
Cruzar os braços
Com as altas recentes, a possibilidade contudo de uma nova greve ainda divide integrantes da categoria. Conforme o líder dos caminhoneiros Marconi França afirma que os motoristas “estão pagando para trabalhar” e classifica como “inevitável’ uma nova greve no momento atual. “Nós vamos cruzar os braços, no mais tardar em 15 de dezembro; por necessidade, não porque queremos”, destaca ele, que garante já contar com o apoio de “muita gente”.
A possibilidade de greve, no entanto, é descartada pelo presidente da Fenacat (Federação Nacional das Associações de Caminhoneiros e Transportadores), Luis Carlos Neves. Ele diz que os rumores a respeito da nova greve são causados por profissionais que assim “querem palanque”. “Todos que reivindicam uma nova paralisação foram candidatos na eleição passada e nenhum foi eleito.”
Novas altas
A professora de Economia da Fecap (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado) Nadja Heideric observa a possibilidade de os combustíveis ficarem ainda mais caros no curto prazo. “Se o dólar continuar subindo e manter esse patamar; pode surgir afinal uma alta mais significativa nos preços”, avalia, ao comentar os recordes recentes da moeda norte-americana.
Hubau também vê a valorização da divisa; que bateu três recordes nominais seguidos no início da semana, como fator determinante para o preço dos combustíveis no Brasil. “Em um período de valorização da moeda, tivemos uma segunda alta anunciada pela Petrobras para a gasolina em menos de uma semana”, analisa.
Conforme o diretor da Edenred ainda menciona impostos, margens de revendas e estoques dos postos como outros elementos que impactam diretamente o bolso dos motoristas. Fonte: R7