Redação Colatina em Ação – 10/11/2019
Famílias fogem para escapar de incêndio na zona rural de Montanha
As labaredas se aproximaram da Fazenda Alvorada de onde moradores tiveram que sair às presas .
A comerciante Édina Pastori, 36 anos, entrou em desespero ao perceber que as labaredas do incêndio que toma conta do pasto e de plantações de eucaliptos se aproximava da casa dela, na Fazenda Alvorada, zona rural de Montanha.
“Foi desesperador, tive que tirar as crianças às pressas, peguei uns documentos e saí do jeito que estava”, contou a mulher. Acompanhe o relato do drama vivido pela comerciante e a família dela na tarde deste sábado(09/11).
Quando perceberam o fogo se aproximando?
A gente via a fumaça nos eucaliptos, mas não sabia onde estava o fogo, se estava chegando ou não. Quando vimos o fogo, ele avançou rapidamente assim como a fumaça. Não sabíamos que o fogo estava muito próximo. Um rapaz de moto passou na estrada, parou e nos avisou que o fogo estava muito próximo.
Peguei o carro e fui ver, voltei em casa correndo, pois realmente estava perto e falei “sai todo mundo daqui”. Sem falar que as crianças ainda se trancaram em casa achando que iriam se proteger, quando comecei a gritar. Aí ficamos do lado de fora e elas trancadas dentro de casa, sem saberem abrir a porta. Até que conseguimos que eles abrissem para que pudéssemos sair da fazenda.
Quantas pessoas estavam no local?
Foi um desespero, pois estávamos com cinco crianças em casa, sendo dois filhos meus, ainda havia dois casais de amigos, eu e meu marido na minha casa. Mas como é uma fazendo, ainda tinha a casa de funcionários e de outros moradores. Também pegamos os cachorros antes de sair com carro.
Vocês já tinham sido avisados mais cedo?
Um rapaz do corpo de bombeiros havia estado na fazendo e avisado que poderíamos ficar tranquilo, pois havia uma estrada na direção da minha casa, então, o fogo não se aproximaria pois não passaria dali.
Como foi a fuga?
Foi o tempo de pegar uns documentos das crianças, sem saber o que poderia acontecer, e as coloquei no carro. Peguei os cachorros também e sai. Era muita fumaça. Os moradores das outras casas tiveram que sair também. Meu marido e um funcionário ainda ficaram para tirar os cavalos da pastagem. Foi desesperador, ficar sem ver nada direito por causa da fumaça e as labaredas se aproximando. Chorei muito. Senti que estava inalando fumaça, mas conseguimos sair com rapidez e adrenalina.
Conseguiram retornar pra casa?
Voltei por volta das 19 horas. Queimou a pastagem toda, menos as casas, e o fogo continua a cerca de 200 metros de casa. Mas o vento está contrário, levando o fogo para o outro lado com o vento tocando para a cidade. Mas essa noite não vamos dormir em casa, vamos dormir na casa de amigos no centro da cidade, em especial devido às crianças. Ainda há muita fumaça e também por causa do susto.
Até na noite deste sábado, uma equipe do Corpo de Bombeiros fazia o trabalho de contenção das chamas usando um carro pipa da prefeitura. De acordo com a assessoria da corporação, o incêndio foi em vegetação e nenhuma casa foi atingida. O início do fogo pode ter sido provocado devido à intensidade de calor e à grande estiagem na região. Não há informações sobre o tamanho da área destruída pelas chamas.
O secretário de Comunicação da Prefeitura de Montanha, Marcos Coutinho, disse que a prefeitura também disponibilizou homens da defesa civil e dos serviços urbanos para ajudar na contenção do fogo. “Foram criados aceiros com as máquinas da prefeitura para impedir que chegasse a dois bairros e ao Ifes. Além disso, trabalhamos juntamente com os Bombeiros para conter as chamas. Agora à noite, os focos diminuíram bastante, mas acreditamos que até amanhã deva estar controlado”, observou o secretário