Após 47 anos ininterruptos o charmoso barzinho fecha as portas
Redação Colatina em Ação – 02/09/2019
Uma luz se apaga na Cassiano Castelo. Não haverá mais expediente a partir desta segunda-feira, 2 na charmosa casa nº 248 onde durante 47 agradáveis e deliciosos anos funcionou o Gatão Lanches, no coração do centro de Colatina, noroeste capixaba.
O bar fechou as portas no último dia 31 de agosto. Cumpriu com esmero sua missão ao longo de quatro décadas como ponto de encontro dos amigos. Sempre regado a cerveja geladinha, pizzas e tradicional cardápio de quitutes da cozinha libanesa.
O brilho noturno da fachada iluminada do Gatão se apaga de vez na noite colatinense. A marca Gatão sai do ar com a baixa da empresa. Fica para trás tatuado no tempo a era que a lanchonete lotava a rua de gente jovem, bonita e elegante. A onda era esperar as primeiras horas da madrugada para curtir a Boate Anexo.
É bom recordar que a Anexo também pertencia a Gatas Carone Júnior, o Gatão. Ele esteve à frente do barzinho durante 40 anos desde que o abriu aos 21 anos quando ainda fazia faculdade, cabeludo calça boca de sino e sapato cavalo de aço.
Só saiu detrás do balcão depois que se aposentou há sete anos. “Abrimos o Gatão Lanches em 1972. No começo de tudo era apenas um corredor estreito com bancos de madeiras na bancada”, recordou. Ali eram servidos os já famosos salgadinhos de sua mãe Dona Ana Nakad Carone e apoio do pai Gatas Carone que veio do Líbano. Nessa época, os trilhos da estrada de ferro cortavam a cidade o meio.
O Bar do Gatão, ponto a ponto acompanhou as transformações da cidade. Ainda nos agitados Anos 70 no local funcionou num curto período, o restaurante e piano bar Al Ryan com apresentações diárias do mestre da bossa nova e do jazz Gilberto Garcia.
Do balcão no corredor a moderna decoração arquitetada pela agora pela renomada médica Kelly Guariento Marques, o Gatão Lanches deixa saudades. Do céu, freqüentadores assíduos também deixaram lembranças como Chico Papagaio, Luis Benetti, Arnaldo Mageste, Honorinho Fraga, Mário Campi, Vassoura entre outros filhos ilustres da Princesa do Norte.
Enfim, o brilho que se apaga encerra uma era, mas recomeça outra após grupo aparecer com intenção de abrir um bar e restaurante com outro nome, é claro -, daqui uns meses… Obrigado Gatão. Texto e fotos Nilo Tardin / Laili Campostrini Tardin / Diário Digital Capixaba