Redação Colatina em Ação – 13/08/2019
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) confirmou, na última segunda-feira (12), o primeiro caso de sarampo no Espírito Santo. Os exames para confirmação da doença comprovaram que uma moradora de Cariacica, que esteve em São Paulo entre os dias 14 e 21 de julho, adoeceu na volta ao Estado. São Paulo tem mais de 900 casos confirmados de sarampo e vários municípios considerados área de risco.
A adolescente, que tem 19 anos, ficou em isolamento domiciliar e os procedimentos de bloqueio vacinal seletivo nas pessoas que tiveram contato com ela foram realizados, além da varredura em cinco quadras no entorno do seu domicílio. A jovem está curada e passa bem.
No Espírito Santo, 63 casos foram descartados dos 66 notificados como suspeitos de sarampo até esta segunda-feira (12). Dois permanecem em investigação e um foi confirmado.
A Sesa acompanha os outros dois casos de pessoas com suspeita de sarampo. Nesta situação, enquanto a investigação está em andamento, foi realizado o bloqueio vacinal seletivo nas pessoas que tiveram algum tipo de contato com os casos suspeitos e o isolamento domiciliar dos mesmos.
“Pedimos para que todos os profissionais de saúde fiquem atentos aos sinais e sintomas do sarampo que são febre, manchas avermelhadas no corpo (exantema) acompanhados de tosse e/ou coriza e/ou conjuntivite e notifiquem à Vigilância Epidemiológica municipal para que possa desencadear as medidas necessárias de controle. Como o contágio ocorre pelo ar, qualquer contato com uma pessoa doente apresenta um alto risco de transmissão”, esclareceu a coordenadora do Programa Estadual de Imunizações e Vigilância das Doenças Imunopreveníveis, Danielle Grillo.
A única forma de prevenção do sarampo é através da vacinação. A vacina contra o sarampo faz parte do calendário nacional de vacinação. A primeira dose é aplicada aos 12 meses de vida com a vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola. A segunda dose é aplicada aos 15 meses na vacina tetra viral, que previne sarampo, caxumba, rubéola e varicela. Quem tem 1 ano até 29 anos deve ter comprovadamente duas doses da vacina tríplice viral. Para a população entre 30 e 49 anos, uma dose da vacina tríplice viral. Os trabalhadores da saúde, grupo de alto risco, devem ter duas doses da vacina tríplice viral, independente da faixa etária.
No atual cenário de risco epidemiológico o Ministério da Saúde indica que crianças de seis meses a menores de um ano de idade que residem ou vão se deslocar para municípios que apresentem surto de sarampo devem ser vacinadas contra a doença. Assim, no Espírito Santo, crianças que estão nesta faixa de idade e residem ou forem deslocadas para Cariacica, devem ser vacinadas.
Essa dose será considerada extra e a criança deverá receber mais duas doses, uma aos 12 meses e outra com 15 meses de idade, conforme calendário nacional de vacinação da criança.
As crianças que irão se deslocar para municípios que se encontram em situação de surto de sarampo dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia também devem receber a dose da vacina tríplice viral no período mínimo de 15 dias antes da data prevista para o deslocamento. A lista dos municípios em situação de surto do sarampo pode ser consultada no site do Ministério da Saúde (onde está sendo atualizada semanalmente, com a entrada e/ou saída dos municípios, de acordo com a situação epidemiológica).
Histórico
No Espírito Santo não há casos confirmados com transmissão dentro do território desde o ano 2000. Em 2013, entretanto, houve um caso importado da doença que, devido às ações imediatas de vigilância, não desencadeou outros casos.
Sarampo
O sarampo é uma doença infecciosa, transmitida de pessoa para pessoa por tosse, espirros, fala ou respiração e que pode ser contraída por pessoas de qualquer idade. As micropartículas virais ficam suspensas no ar, por isso o alto poder de contágio da doença. As complicações decorrentes do sarampo são mais graves em crianças menores de 1 ano de idade e desnutridas, podendo levar à óbito.
Os sinais e sintomas mais comuns são: febre alta, tosse, coriza, conjuntivite, exantema (manchas avermelhadas na pele que aparecem primeiro no rosto e atrás da orelha e depois se espalham pelo corpo), outros sintomas como cefaleia, indisposição e diarreia também podem ocorrer. Como não existe tratamento específico para o sarampo, é importante ficar atento.
Quem já teve a doença não corre o risco de ser contaminado pelo vírus novamente. As complicações da doença são: otites, infecções respiratórias e doenças neurológicas, e em casos mais graves podem provocar a redução da capacidade mental, surdez, cegueira e retardo do crescimento. O período entre o contágio e o aparecimento do exantema (as manchas avermelhadas na pele) é entre 7 e 21 dias. Porém, a transmissão inicia-se 6 dias antes do exantema e se estende até o quarto dia após.
Bloqueio
Quando ocorre suspeita de sarampo a pessoa fica em isolamento e é realizado o bloqueio seletivo com a aplicação da vacina tríplice viral em todos que tiveram algum contato com esta pessoa. A ação busca interromper a cadeia de transmissão viral com a vacinação seletiva de todos os contatos.
Vacinação
Para prevenir a transmissão da doença é preciso aumentar a cobertura vacinal, em especial das crianças com um ano de idade. A meta do Programa Nacional de Imunizações é que a cobertura vacinal chegue a 95%, porém dados registrados até maio no Espírito Santo indicam que 90,32% das crianças nessa faixa etária foram imunizadas.
A Secretaria de Estado da Saúde orienta para que a população fique atenta à sua situação vacinal. A única forma de evitar a doença é por meio da imunização, por isso deve ser feita a vacina tríplice viral (contra o sarampo, caxumba e rubéola) em crianças com 1 ano de idade e a vacina tetra viral (contra o sarampo, caxumba, rubéola e varicela) aos 15 meses de idade.
Conforme o Calendário Nacional de Vacinação, as pessoas de 1 ano a 49 anos devem se vacinar contra o sarampo, sendo que, de 1 a 29 anos é preciso ter duas doses da vacina tríplice viral e de 30 a 49 anos, uma dose da vacina tríplice viral é o suficiente.
Pessoas imunodeprimidas, mulheres grávidas e crianças menores de seis meses de idade não devem tomar a vacina.
“A pessoa que não é vacinada com a tríplice viral ou está com o esquema vacinal incompleto deve procurar um serviço de vacinação para completar a caderneta de vacinação e garantir a sua proteção e a dos seus familiares”, disse Danielle.
A vacina está disponível em todas as unidades de saúde dos municípios.
Caso não lembre se tomou a vacina e não tenha a carteira de vacinação a pessoa deve ir até a Unidade de Saúde para verificar se há registro e se não houver registro, a imunização deve ser realizada.
Confira Calendário Nacional de Vacinação:
http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/vacinacao/calendario-vacinacao
Fonte: Assessoria de Imprensa SESA