Eles já foram exonerados. Outros 37 servidores do órgão também estão sendo investigados na Operação Replicante
Redação Colatina em Ação – 01/08/2019
O promotor do Ministério Público, Thiago Pinhal, explicou que os funcionários do Detran que foram presos ajudavam a tirar os falsos registros de veículos que não têm emplacamento no Brasil.
“O que eles faziam era pegar dados de veículos, especificamente o chassi de veículos, que foram vendidos ao Exército Brasileiro ou exportados, ou seja, esses veículos não tinham vínculo com o sistema do Detran, e através de documentos falsos, faziam registro vinculado a esse mesmo chassi de uma placa no Espírito Santo”, contou.
Com esses documentos falsos nas mãos, os criminosos aplicavam três tipos de golpes:
“A pessoa poderia ‘esquentar’ um veículo roubado ou furtado, fazendo com que esse veículo produto de crime pudesse circular livremente com um documento válido. Também seria possível, e foi feito em alguns casos, o golpe do financiamento, ou seja, financiava o veículo através desse documento falso e também realizava o golpe de seguro, ou seja, ele tinha um documento do Detran-ES, não tinha o veículo, mas depois fazia uma comunicação de crime e recebia o prêmio relativo a esse seguro”, explicou Pinhal.
As investigações mostram que a quadrilha fraudou quase 900 documentos, o que gerou um prejuízo de mais de R$ 100 milhões.
Servidores presos e mudanças no Detran
O esquema envolvia despachantes, pessoas que falsificavam os documentos e entregavam a esses despachantes, além de funcionários do Detran. Três servidores do Departamento já presos na operação, mas a polícia também investiga outros 37 funcionários.
“O funcionário do Detran realizava a auditoria sem processo nenhum, ou seja, ele simplesmente dava o aval dele no sistema sem consultar processo físico nenhum, sem olhar documento nenhum”, falou o promotor.
O diretor do Detran-ES, Givaldo Vieira, informou que os três servidores presos serão exonerados e os demais investigados também podem ser desligados do órgão.
Além disso, estão sendo adotadas providências, para evitar que esse tipo de fraude aconteça novamente.
“Vamos implantar o limite de dois anos para que uma motocicleta tenha o primeiro emplacamento. Demais veículos, pelo menos três anos. Vamos criar uma porta de entrada específica para o despachante de maneira que só vai conseguir o dado necessário para atuação profissional em relação ao veículo que eles está trabalhando. Estamos também finalizando contratação de um sistema de inteligência artificial que vai impedir a entrada de documentos falsos, checar a validade de notas fiscais, checar dados em documentos na base de sistemas para fechar todas essas fraudes”, explicou Givaldo. Fonte: G1