Redação Colatina em Ação – 09/07/2019
Rapaz salvou vida do caminhoneiro na Via Dutra na quarta-feira(03/07). A carreta tombou em em seguida pegou fogo no Km 280, confira no vídeo abaixo:
Leandro Nogueira Guinalz, de 43 anos, disse que o resgate foi rápido por conta da adrenalina.
Barra Mansa – Leandro Nogueira Guinalz, de 43 anos, é o herói que salvou o caminhoneiro Luiz Pereira da Silva, de 54 anos, de morrer queimado, após um acidente registrado na última quarta-feira, dia 3. A carreta conduzida por Pereira tombou no KM 280 da Rodovia Presidente Dutra, próximo a Fábrica FMC, em Barra Mansa. Instante depois começou a pegar fogo e os motoristas que seguiam atrás se afastaram. Leandro, no entanto, segue para o lado das chamas e resgata Pereira de uma morte certa, pois a cabine da carreta ficou completamente destruída.
O acidente teve grande repercussão no mesmo dia que aconteceu, pois paralisou a principal estrada do país nos dois sentidos. No entanto, após o vídeo do salvamento ter sido divulgado nas redes sociais do DIÁRIO DO VALE, o caso gerou uma comoção raramente vista. A publicação no Facebook alcançou mais de 2,7 milhões de pessoas, a partir de 18 mil curtidas, 4,2 mil comentários e 16 mil compartilhamentos. Como até então todos eram anônimos, inclusive o herói do vídeo, o DIÁRIO DO VALE buscou ajuda para encontrar os envolvidos no caso.
As filhas de Pereira entraram em contato com o jornal, bem como a irmã de Leandro. Assim, o jornal buscou saber o que se passou entre os dois homens, que criaram laços que jamais poderiam imaginar, até aquele dia 3 de julho. Leandro, comentando a postagem do DIÁRIO DO VALE, afirmou que faria tudo de novo. “Faria tudo de novo. Não poderia deixar ele morrer naquela situação. Deus estava do nosso lado”, contou.
Leandro é motorista carreteiro, mora em Itapeva, em Minas Gerais, mas estava realizando trabalho de transportar cargas de Rio de Janeiro para São Paulo. O motorista comentou que foi tudo muito rápido durante o acidente.
– Foi muito rápido quando a carreta tombou. Eu não poderia deixar o caminhoneiro ali, com o fogo todo subindo. Quando me dei conta já tinha tirado ele de dentro do veículo e graças a Deus deu tudo certo. Quando o resgate acabou fiquei tremendo por conta da adrenalina – disse Leandro, que nunca tinha passado pela experiência de realizar um resgate.
– Quando vi aquele rastro de fogo no chão, não pensei duas vezes: abri a porta do caminhão e saí correndo pra poder ajudar ele. Na hora que vi que ele abriu a porta do caminhão, eu dei graças a Deus. Quando cheguei perto dele, falei para pular do veículo, mas ele estava com medo e o fogo já estava se alastrando no meu lado esquerdo. Aí fui ao meio da fumaça e estiquei o braço para o motorista pegar na minha mão e pular. Quando ele pulou, não consegui segurar ele devido a fumaça. Eu sentia a mão do motorista, mas não o via direito. Quando ele caiu, peguei ele do chão e a gente saiu dali. Na hora que a gente saiu o fogo tomou conta da carreta e graças a Deus não pegou em nós dois[…] Sobre o rapaz que estava gravando o vídeo, eu pedi ajuda para ele fazer o resgate comigo, mas ele disse que iria explodir, e até entendo ele, porque tem gente que trava nessas horas. Ali foi a minha reação – contou.
Já Luiz Pereira da Silva, de 54 anos, morador da Zona Leste de São Paulo, contou que perdeu o controle da direção veículo quando a carreta “puxou no sentido contrário da pista”, tombando rapidamente.
– Estava transportando móveis de São Paulo para Vitória, no Espírito Santo. Tomei um susto quando aconteceu isso, porque nunca tinha vivenciado acidente na pista nestes anos que trabalho como caminhoneiro. Quando a carreta tombou eu machuquei o joelho, o tornozelo direito e o calcanhar esquerdo. Nada de muito grave, graças a Deus – explicou o caminhoneiro que trabalha há 20 anos no ramo.
As filhas de Pereira mostraram gratidão à coragem de Leandro. “Agradeço imensamente o que ele fez pela vida do meu pai. Deus já está te abençoando grandemente”, disse Ariane Candido, que completou sobre o primeiro contato com o pai após o acidente:
– Quando eu liguei em casa para falar com ele, ainda não sabia do acidente. Primeiro me disse que estava bem e depois contou. Já pareceu perigoso, mas quando nos mandaram o vídeo chegou a dar um aperto de desespero – revelou. Fonte: Diário do Vale