Talude próximo à estrutura vai desmoronar a qualquer momento, mas segundo a mineradora, material não deve afetar a barragem que fica a 1,5 km
MINAS GERAIS
Pablo Nascimento, do R7
A mineradora Vale divulgou uma nota, nesta terça-feira (28), indicando uma redução na possibilidade de rompimento da barragem Sul Superior, na mina Gongo Soco, em Barão de Cocais, a 93 km de Belo Horizonte. A estrutura está em estado de alerta devido ao desmoronamento do talude da mina, que pode acontecer a qualquer momento.
O talude, que é uma espécie de paredão usado para conter um terreno, fica a 1,5 km da barragem. A movimentação registrada no local continua aumentando. Nesta terça-feira, o descolamento chegava a 23,9 centímetros por dia, nas áreas mais críticas.
A Vale previu três hipóteses do que pode acontecer após o desmoronamento. Na mais crítica, o material atingiria a barragem Sul Superior, provocando uma nova tragédia como a de Brumadinho e de Mariana.
Contudo, segundo a empresa, dados coletados no local mostram que a tendência é de que o cenário menos pessimista se cumpra. Nele, o talude cai dentro da própria cava, que é uma cratera que represa água.
“Hoje temos mais elementos de análise sobre o comportamento do maciço, nos mostrando que está acontecendo um deslizamento para o fundo da cava. Com isso, há uma grande possibilidade do talude se acomodar dentro da cava, sem maiores consequências”, afirmou em nota o diretor de operações da Vale, Marcelo Barros.
Por decisão judicial, a mineradora não pode colocar funcionários na área da barragem para realizar obras de reparo na cava. Assim, segundo a empresa, todo local é monitorado remotamente, 24 horas por dia. Além disso, a empresa realiza ações no entorno do complexo para tentar reduzir os impactos de um possível rompimento. São elas:
• Retirar os moradores das casas que seriam atingidas pelos rejeitos em até uma hora;
• Remover animais das áreas de risco;
• Levar obras de arte para áreas mais seguras;
• Sinalizar a cidade com faixas laranjadas, que indicam áreas que seriam inundadas;
• Construir uma bacia para reter parte dos rejeitos em caso de estouro da barragem;
• Colocação de telas e blocos de gratino na rota da lama para reduzir a velocidade do rejeito.