Para marcar o dia 16 de Maio, Dia do Gari, vamos divulgar matéria feita em Jaraguá do Sul em Santa Catarina, com esses profissionais tão importantes na vida de nós, moradores de uma cidade.
Há 19 anos, a aposentada enfrenta os estigmas da profissão, mas não se deixa abalar com os pré-conceitos enfrentados pelas ruas de Jaraguá do Sul. Há 19 anos, a aposentada enfrenta os estigmas da profissão, mas não se deixa abalar com os pré-conceitos enfrentados pelas ruas de Jaraguá do Sul.
Neste dia 16 de maio é comemorado o “Dia nacional do Gari” e, para marcar esta data, foram entrevistados dois trabalhadores que mostraram um pouco sobre a realidade da profissão e os perigos diários enfrentados pelos coletores de lixo.
Amor pela profissão
A rotina para Nadir Júnior começa quando alguns estão indo dormir. Às 3 horas da manhã, em ponto, ela acorda e se arruma para mais um dia de labuta. Ela tem uma hora para realizar todos os afazeres de casa e ir para o ponto de ônibus, às 4 horas da manhã.
O dia ainda está amanhecendo e a aposentada já está varrendo as ruas a partir das 5h30, na praça Ângelo Piazera. Antes de entrar na Ambiental, a varredora trabalhava como doméstica.
“Quando eu arrumei emprego aqui, minha patroa disse que eu não ia me acostumar. O trabalho é muito pesado”, recorda Nadir.
Mãe de oito filhos, é preciso de muito amor pelo ofício para aguentar os olhares de superioridade das pessoas. Durante quase 20 anos que está na profissão, ela já passou por muitas cenas constrangedoras.
“Tem pessoas que jogam o lixo na nossa frente. Teve um dia que colocaram uma xepa de cigarro na lixeira e pegou fogo”, lamenta a varredora.
Mesmo com dias puxados e os problemas sociais que a classe enfrenta, Nadir revela que o seu trabalho lhe permite dar mais consciência para as pessoas que ainda não aprenderam o significado da limpeza.
De acordo com ela, apesar de ainda sofrer preconceito, tem pessoas que passam e dão “Bom dia”, atitude pequena, mas que para a varredora tem um significado especial.
Com bom-humor e força de vontade, o radinho de música não pode faltar enquanto está limpando as ruas.
“Quando estou com ele a hora passa mais rápido. Eu não largo por nada nesse mundo. É o meu xodó” brinca.
Diante de uma disposição impecável, um dos únicos problemas de saúde que Nadir enfrenta foi quando foi diagnosticada com Síndrome de Carpo. A doença provoca dormência nas mãos e é causada principalmente por lesões relacionadas ao esforço repetitivo.
“Não tenho movimento em três dedos. Quando eu pego uma xícara é complicado. Mas devagarzinho a gente vai levando”, conta.
Na empresa onde Nadir trabalha, este ano, 12 funcionários foram afastados devido a doenças e apenas dois saíram por invalidez.
Riscos ao lidar com lixo
Especialmente no dia em que comemora-se o “Dia do Gari”, Jonathan Schroeder, 27 anos, completa oito meses trabalhando na Empresa. Todos os dias, acorda 4h10 da manhã e volta para casa por volta das 13 horas.
Embora a maioria dos trabalhadores tenham uma visão de invisibilidade, o coletor acredita que a situação está mudando.
“Antes de trabalhar eu pensava diferente. Tem pessoas que têm respeito, mas infelizmente não são todos”, explica.
O jovem sabe da importância que a sua profissão tem para a sociedade e sente orgulho de estar cuidando do meio ambiente. Mas apesar da paixão, os riscos são iminentes na rotina. Segundo Schoereder, é preciso de muita atenção e força para recolher os lixos.
“A gente acha de tudo, já cortei minha mão. Se a população ajudasse iria contribuir com o nosso trabalho”, enfatiza.
As mordidas de cachorros também são um dos vários problemas enfrentados. De acordo com Jonathan, os moradores precisam entender que o lixo deve ser colocado no lado de fora da residência. Apesar de lamentável, o único jeito é brincar da situação.
“Eles gostam de mim. Já estou acostumado”, revela. Fonte: Por Leonardo Koch OCP NEWS