Redação Colatina em Ação – 08/05/2020
Na foto uma Tropa de Burros “puxando” café de Sobreiro distrito de Laranja da Terra para a cidade de Colatina.
*Autor Daniel Antunes Júnior
No passado, as Tropas de Burros foram o melhor e mais eficiente meio de transporte de carga para longas distâncias, enquanto o carro de bois era utilizado para o mesmo fim, em pequenos percursos.
Assim, as tropas levavam os produtos da terra aos centros mais adiantados, e voltavam trazendo as mercadorias tecidos, perfumes, louças e outras necessidades. As tropas de burros tinham uma organização básica. Compunham-se de um a vários lotes de dez a doze burros, conforme as posses do tropeiro.
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Cada lote de burros tinha um condutor, homem forte e corajoso que viajava a pé, no coice do lote, sempre atento à caminhada. Eles se ajudavam mutuamente, nos serviços de carga e descarga. A carga era de 10 a 12 arrobas para cada burro.
Na longa caminhada, a madrinha da tropa ia à frente, toda enfeitada, cabeçada de prata e um cincerro pendurado no pescoço. E à testa do primeiro lote, o burro-guia, também enfeitado, com peitoral de guizos, dava início ao estirão.
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Os burros seguiam em fila indiana, nunca emparelhados, em marcha lenta, que ia das 6,00 às 11,00 horas. O nome de tropeiro designava, também, o chefe da tropa, que viajava a cavalo, assim como o arreeiro, que fiscalizava o serviço e se encarregava dos arreios, verificando e consertando as cangalhas, cabrestos, ferraduras, bornais, bucais e tudo mais de cada burro.
Para isso, o arreeiro trazia, numa bolsa de couro, todas as ferramentas necessárias: torquês, grosa, cravos, martelo e outros apetrechos, inclusive tesoura, para cortar a crina dos animais.
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O cozinheiro viajava a pé e levava, em cargueiro especial, toda a tralha de cozinha e os mantimentos. Ia à frente da tropa, para arrumar o local da “derrubada” e preparar a comida, perto de alguma aguada, razão pela qual a marcha diária variava de duas e meia a quatro léguas.
A comida era, geralmente, feijoada, ou feijão tropeiro (com torresmo), ou arroz com carne, servidos de manhã e à tarde. Em cada etapa, os animais eram amarrados pelo cabresto, dois a dois, em uma estaca, e recebiam a ração de milho em embornais de couro, depois da descarga.
A seguir eram soltos nas imediações para aproveitar o capim nativo. O pessoal dormia ao relento ou abrigado em barracas improvisadas, no caso de chuvas.
Cabia aos camaradas arrumar as cargas e raspar e escovar os animais. Havia certo atrativo na vida aventurosa dos tropeiros. O burro (cuja fêmea é a mula ou besta) é produto híbrido estéril, derivado do cruzamento do cavalo com a jumenta, ou do jumento com a égua.
É animal resistente e inteligente. Sabe abrir porteiras, e se esconder na moita, quando não quer trabalhar. De burro só tem o nome.
Queria fazer uma correção pois quando o cavalo cruza com uma jumenta o nome dado é bardoto
Qual a fonte da foto? Pertence a qual acervo?
Olá, não consegui identifica de qual acervo, achei no facebook sem origem.